Arábia Saudita registra mais de 300 execuções em 2024, estabelecendo novo recorde
Organização de Direitos Humanos critica a velocidade das execuções, classificando-as como incompreensíveis
A Arábia Saudita alcançou a marca de 303 execuções em 2024, conforme um balanço atualizado nesta terça-feira pela agência de notícias AFP, após declarações do Ministério do Interior do país. O ministério anunciou a execução de quatro indivíduos condenados por crimes comuns, elevando assim o total de execuções desde o início do ano.
Em comparação, em 2023, o reino executou 170 pessoas, de acordo com dados oficiais. A ONG Anistia Internacional, que monitora as execuções na Arábia Saudita desde 1990, informou que o país foi o terceiro que mais executou prisioneiros no mundo no ano passado, ficando atrás apenas da China e do Irã.
O recorde anterior de execuções em um único ano na Arábia Saudita era de 196, alcançado em 2022, e 192, em 1995, segundo a Anistia Internacional. A aceleração no número de execuções em 2024 gerou preocupações entre organizações de direitos humanos.
Taha al Hajji, diretor jurídico da Organização Saudita Europeia para os Direitos Humanos (ESOHR), com sede em Berlim, descreveu as execuções deste ano como "incompreensíveis e inexplicáveis". Ele criticou a rapidez com que estão sendo realizadas, levantando questões sobre a justiça e a transparência do processo judicial no país.
A situação das execuções na Arábia Saudita, que frequentemente é alvo de críticas internacionais, reflete um padrão de severidade nas punições, que é parte de uma política mais ampla de controle social e repressão a dissidentes. A comunidade internacional tem solicitado uma revisão das leis e práticas relacionadas à pena de morte no país.
Embora o governo saudita defenda suas ações como necessárias para a manutenção da ordem pública, a crescente pressão de grupos de direitos humanos continua a desafiar essa narrativa, exigindo maior responsabilidade e respeito aos direitos fundamentais.
A questão das execuções na Arábia Saudita permanece um tema delicado e controverso, com implicações significativas para a política interna e as relações internacionais do reino. As organizações de direitos humanos seguem atentas, buscando garantir que os direitos dos condenados sejam respeitados e que a transparência no sistema judicial seja uma prioridade.
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