Após cinco dias de valorização, a moeda americana encerra em leve queda, mas ainda acima de R$ 6,00.
03 de Dezembro de 2024 às 22h43

Dólar tem leve queda após cinco pregões consecutivos de alta no Brasil

Após cinco dias de valorização, a moeda americana encerra em leve queda, mas ainda acima de R$ 6,00.

O dólar à vista apresentou uma leve queda no mercado brasileiro nesta terça-feira, 3, após cinco pregões consecutivos de alta. Apesar do recuo, a moeda americana se manteve acima do patamar de R$ 6,00, encerrando o dia cotada a R$ 6,0584, uma baixa de 0,16% em relação ao dia anterior.

Durante a maior parte do dia, a divisa operou em território positivo, mas firmou-se em baixa apenas na última hora de negociações, quando surgiram notícias favoráveis relacionadas ao cenário fiscal. Essa recuperação do real coincidiu com declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que na semana anterior havia prometido acelerar a apreciação de um pacote fiscal.

Lira pautou um requerimento de urgência para votação em plenário de duas medidas propostas pelo governo, incluindo um projeto de lei que ajusta as despesas com o salário mínimo aos limites do arcabouço fiscal. Além disso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que há possibilidade de fechar 2024 com um déficit primário mais próximo de 0,2% do PIB, em comparação ao piso inferior de 0,25% estabelecido na meta fiscal.

O dólar, que atingiu uma mínima de R$ 6,0320 e uma máxima de R$ 6,0954, acumulou uma valorização de 4,5% nas cinco sessões anteriores, chegando a renovar o pico nominal histórico. Mesmo com a leve queda, o real apresentou desempenho inferior em relação a outras moedas latino-americanas, como o peso mexicano e o chileno.

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O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, recuou 0,12% no final da tarde, ainda acima dos 106,200 pontos. O won sul-coreano destacou-se negativamente, perdendo mais de 1% em relação ao dólar, em meio a uma crise política desencadeada pela decisão do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, de decretar e, posteriormente, suspender a lei marcial de emergência.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, comentou que a manutenção da taxa de câmbio acima de R$ 6,00 indica um grande desconforto em relação à questão fiscal. Ele observou que não há, no momento, sinais de que o governo adotará medidas que favoreçam uma recuperação consistente da moeda brasileira. “Apesar da boa notícia do PIB e da perspectiva de uma taxa Selic maior, o país não consegue atrair dólares. A liquidez está baixa e há pressão de saída, também devido às remessas de fim de ano para o exterior”, afirmou Galhardo, destacando que o Banco Central está agindo corretamente ao não intervir no mercado de câmbio.

Na manhã de hoje, o IBGE divulgou que o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre em comparação ao segundo, ligeiramente acima da mediana das projeções. O crescimento foi impulsionado pelo aumento do consumo das famílias e investimentos, com um avanço de 4% em relação ao ano anterior.

O economista André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online, salientou que esse crescimento reforça o cenário do Banco Central, que indica que a economia brasileira está operando acima de sua capacidade produtiva, aumentando as chances de que o Copom (Comitê de Política Monetária) tome medidas mais incisivas na próxima reunião, elevando a taxa de juros em 0,75 ou até 1 ponto percentual.

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