Dólar inicia o dia em leve queda enquanto investidores aguardam dados nos EUA
A moeda americana apresenta leve baixa, enquanto o mercado brasileiro avalia os impactos do PIB e a atuação do governo.
O dólar começou a quarta-feira (4) com uma leve baixa no Brasil, seguindo uma tendência oposta à registrada no exterior, onde a moeda norte-americana se valorizava em relação a várias divisas. O movimento ocorre em um momento em que os investidores estão atentos à divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que podem influenciar as decisões do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
Às 9h04, a cotação do dólar à vista apresentava uma queda de 0,17%, sendo negociada a R$ 6,0522. Em paralelo, o dólar futuro para janeiro, que é o mais negociado na B3, mostrava uma redução de 0,16%, cotado a R$ 6,0700. Na sessão anterior, a moeda havia fechado em leve baixa de 0,05%, a R$ 6,0624.
No cenário interno, o mercado ainda repercute os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que mostraram um crescimento de 0,9% em relação ao período anterior. Apesar de ser o décimo terceiro resultado positivo consecutivo, houve uma desaceleração em comparação ao crescimento de 1,4% registrado entre abril e junho deste ano. O desempenho da indústria e do setor de serviços, que cresceram 0,6% e 0,9%, respectivamente, ajudou a compensar a queda de 0,9% da agropecuária.
Além disso, uma pesquisa recente revelou que a reprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu 90%, um cenário que pode impactar a confiança do mercado. Essa avaliação ocorre logo após o anúncio de um pacote de cortes de gastos, que visa economizar R$ 70 bilhões até 2026, mas inclui propostas que podem aumentar as despesas governamentais, como a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Com relação aos investimentos, houve um crescimento de 2,1% no trimestre, enquanto o consumo das famílias aumentou 1,5%. Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destacou que os dados são “positivos e indicam revisões para cima nas projeções de crescimento, que ainda não refletiam um avanço de 3% ou mais”.
Entretanto, esse crescimento pode gerar uma pressão adicional sobre a inflação, levando o Banco Central a manter uma política monetária mais restritiva. Cruz afirmou que, com a revisão do crescimento do PIB de 2023 de 2,9% para 3,2%, o Brasil demonstra um avanço acima da média estrutural, o que pode complicar o controle da inflação.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, complementou essa visão ao afirmar que “embora positivo, para mantermos esse ritmo de crescimento de maneira sustentável é necessário que o país tenha ganhos de produtividade, o que não estamos vendo por ora”.
Veja também: