Queijo Minas Artesanal é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco
A Unesco confirmou a inclusão dos 'Modos de Fazer Queijo Minas Artesanal' na lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade.
O Queijo Minas Artesanal, um dos símbolos da gastronomia brasileira, acaba de receber o reconhecimento da Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão, unânime, foi anunciada durante a 19ª sessão do Comitê Para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, realizada em Assunção, no Paraguai.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, expressou sua satisfação com a inclusão, destacando que “os sabores brasileiros são uma de nossas muitas riquezas. Fazer queijo, culturalmente, traz consigo as características de um território e de seu povo”. Essa inclusão representa um marco histórico, pois é a primeira vez que um item gastronômico brasileiro é reconhecido pela Unesco.
A produção do Queijo Minas Artesanal já era considerada patrimônio de Minas Gerais desde 2002, e em 2008 obteve reconhecimento nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O processo para a candidatura à Unesco foi iniciado em março de 2023, através de um requerimento da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Leandro Grass, presidente do Iphan, ressaltou que “a proposta de reconhecimento tem como objetivo dar visibilidade internacional a esse Patrimônio Cultural nacional, que é uma tradição há mais de três séculos, não apenas em Minas Gerais, mas em todo o Brasil”.
Para que um bem cultural possa ser incluído na lista da Unesco, é necessário que ele atenda a uma série de critérios, incluindo o reconhecimento nacional como Patrimônio Cultural e a anuência da comunidade local. Com a inclusão do Queijo Minas, o Brasil agora conta com seis bens culturais na lista da Unesco, sendo o queijo o primeiro alimento a integrar essa lista. Entre os demais reconhecimentos estão o Samba de Roda no Recôncavo Baiano e a Roda de Capoeira.
A produção do queijo envolve técnicas que foram desenvolvidas ao longo de três séculos, sendo uma importante atividade socioeconômica que promove a inclusão e o desenvolvimento local, especialmente da agricultura familiar. Segundo o governo, “a inclusão de conhecimentos e práticas alimentares referenciais para a cultura nacional na Lista da UNESCO reforça a relevância dos saberes tradicionais brasileiros”.
Atualmente, cerca de 30 mil produtores de queijo estão ativos em Minas Gerais, dos quais 9 mil se dedicam à produção artesanal, resultando em uma produção anual de aproximadamente 40 mil toneladas. O queijo Minas é frequentemente associado à hospitalidade, sendo consumido em reuniões e ocasiões especiais, acompanhado de doces e bebidas.
Com essa conquista, o Queijo Minas Artesanal não apenas celebra sua rica tradição, mas também fortalece laços comunitários e contribui para a valorização da cultura brasileira no cenário internacional.
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