Estudo SURMOUNT-5 revela que tirzepatida apresenta resultados superiores à semaglutida no tratamento da obesidade
04 de Dezembro de 2024 às 14h32

Mounjaro se destaca com 47% mais eficácia na perda de peso em comparação ao Wegovy

Estudo SURMOUNT-5 revela que tirzepatida apresenta resultados superiores à semaglutida no tratamento da obesidade

A Eli Lilly anunciou, nesta quarta-feira, os resultados do estudo SURMOUNT-5, que demonstram a eficácia da tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, em comparação à semaglutida, presente no Wegovy. Os dados indicam que o uso do Mounjaro resultou em uma redução média de 20,2% do peso corporal dos participantes, superando os 13,7% alcançados pelo Wegovy.

O estudo, que durou 72 semanas, envolveu 751 adultos com obesidade ou sobrepeso e com pelo menos uma comorbidade, como hipertensão ou apneia do sono. Os voluntários foram divididos em dois grupos, sendo um tratado com a tirzepatida e o outro com a semaglutida. A análise dos resultados revelou que a tirzepatida é 47% mais eficaz para a perda de peso em comparação à semaglutida.

Leonard C. Glass, vice-presidente sênior de assuntos médicos globais da Eli Lilly, destacou a importância do estudo em auxiliar profissionais de saúde e pacientes na escolha do tratamento adequado. “Dado o interesse crescente em medicamentos para obesidade, realizamos esse estudo para ajudar os profissionais de saúde e os pacientes a tomar decisões informadas sobre a escolha do tratamento”, afirmou.

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O Mounjaro, que atua como um duplo agonista, simula não apenas o hormônio GLP-1, como a semaglutida, mas também o GIP, o que pode explicar a sua eficácia superior. Nos Estados Unidos, a tirzepatida já recebeu aprovação para o tratamento da obesidade, sendo comercializada sob o nome de Zepbound, enquanto no Brasil a Anvisa ainda avalia sua indicação para essa finalidade.

Os dados do estudo também mostraram que 31,6% dos participantes que utilizaram a tirzepatida conseguiram eliminar pelo menos 25% do peso, em comparação a 16,1% no grupo da semaglutida. Os efeitos colaterais observados foram semelhantes aos relatados em estudos anteriores, com reações gastrointestinais, como náuseas e diarreia, na maioria das vezes de leve a moderada.

Luiz Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly no Brasil, ressaltou a relevância dos novos dados para a avaliação em andamento da Anvisa sobre o uso do Mounjaro para obesidade no país. “Temos mais de um bilhão de pessoas que vivem com obesidade no mundo e, no Brasil, um em cada quatro adultos têm obesidade. Essa doença crônica é um grande desafio de saúde pública”, comentou.

A comparação entre Mounjaro e Wegovy representa um avanço significativo na pesquisa sobre tratamentos para obesidade, com a expectativa de que os novos dados ajudem a moldar as diretrizes de tratamento e as decisões de prescrição no futuro.

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