Reencontro emocionante entre mãe e filha russas após quatro meses de separação
Anastasia Gridina e sua filha, Darina, de três anos, se reencontram após meses de angústia e incertezas em meio ao conflito.
Anastasia Gridina, de 21 anos, e sua filha Darina, de apenas três, viveram um drama familiar que se intensificou com o conflito entre Rússia e Ucrânia. A separação ocorreu em agosto, quando a linha de frente foi alterada após a ocupação ucraniana da região de Kursk, forçando a mãe a se deslocar para Moscou em busca de trabalho, enquanto a criança ficou sob os cuidados da avó.
Por quatro longos meses, Anastasia enfrentou a angústia de não saber como sua filha se encontrava. Durante esse período, Darina e sua bisavó, Tatiana, viveram sob controle ucraniano, primeiro em sua casa e depois em um complexo escolar danificado na cidade de Sudja. O contato com o resto da família era impossível, pois as comunicações estavam interrompidas.
Na semana passada, um momento de esperança se concretizou. Darina e cerca de 50 civis conseguiram retornar a uma área sob controle russo, graças a uma negociação complexa entre os dois países. O reencontro foi facilitado pela ajuda de um ucraniano, conhecido como Alexei, que atuou como um elo vital entre mãe e filha.
“Sou muito grata a ele”, declarou Anastasia em uma entrevista, ressaltando a importância do papel de Alexei, que, segundo informações, é um militar ucraniano destacado na região. A história dele se entrelaça com a de Anastasia, que não sabia que seu contato era, na verdade, um soldado.
Tudo começou em 6 de agosto, quando a incursão ucraniana surpreendeu o Kremlin e a população local, causando o desmembramento de várias famílias, incluindo a de Anastasia. A jovem mãe estava em Moscou em busca de oportunidades, enquanto sua filha permanecia em Kursk com a avó.
Darina e Tatiana enfrentaram dificuldades imensas, vivendo em um ambiente marcado por conflitos e explosões. O contato com o restante da Rússia era impossível, e a situação se agravou com a falta de recursos. Alexei se tornou a única ponte entre Anastasia e sua filha, enviando vídeos que mostravam a menina e permitindo que a mãe visse e enviasse mensagens.
Após semanas de comunicação, Alexei pediu a Anastasia que gravasse um vídeo formal, dando seu consentimento para que ele levasse Darina até a Ucrânia, de onde a menina poderia seguir para a Bielorrússia e, finalmente, retornar à Rússia. Apesar dos riscos envolvidos, Anastasia concordou, reconhecendo que sem a ajuda de Alexei, o reencontro não teria sido possível.
Embora a família esteja novamente unida, o trauma da separação deixou marcas em Darina, que agora enfrenta dificuldades para dormir, temendo que ao acordar não encontre ninguém ao seu lado. A experiência de viver em meio ao conflito e à incerteza afetou profundamente a criança.
Este relato não apenas destaca o sofrimento de uma família, mas também oferece uma visão rara da vida nas áreas ocupadas, onde o acesso é limitado, até mesmo para jornalistas. Tatiana compartilha suas lembranças de um mercado local abandonado, onde enfrentou a destruição e a insegurança em busca de roupas para sua bisneta.
As condições de vida eram precárias no abrigo improvisado, com a escassez de alimentos e a falta de energia elétrica, enquanto as forças ucranianas garantiam o mínimo necessário para a sobrevivência. As conversas entre Tatiana e os soldados ucranianos revelam um consenso: o desejo de que o conflito, que já dura quase três anos, encontre um fim.
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