Ministério Público de São Paulo determina que coronel Cássio Araújo de Freitas se manifeste sobre violência policial em dez dias.
04 de Dezembro de 2024 às 18h09

Comando da PM de SP recebe prazo do MP para reforçar protocolos de segurança

Ministério Público de São Paulo determina que coronel Cássio Araújo de Freitas se manifeste sobre violência policial em dez dias.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) estabeleceu um prazo de dez dias para que o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Cássio Araújo de Freitas, emita um comunicado à sua tropa, enfatizando a importância do respeito aos protocolos operacionais a fim de minimizar casos de violência e letalidade policial.

A recomendação foi formalizada por meio de um ofício enviado pelo Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (GAESP), que atua sob a supervisão do Ministério Público. O documento, embora não tenha caráter obrigatório, sugere que o comando da PM tome as devidas providências para assegurar a integridade das abordagens policiais.

O ofício destaca a necessidade de que o coronel cobre dos agentes que “apliquem integralmente e com eficiência os procedimentos operacionais e as normativas existentes sobre abordagens policiais, visando a redução dos casos de erros, abusos e, consequentemente, de letalidade policial durante tais intercorrências”.

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Além disso, o MP-SP recomenda a revisão dos procedimentos operacionais e das normas referentes às abordagens. Os promotores sugerem, ainda, a implementação de cursos de reciclagem para os agentes, visando aprimorar suas habilidades e conhecimentos.

Em outra comunicação, o Ministério Público também solicitou a adoção de câmeras corporais em todas as operações policiais, com o objetivo de facilitar a fiscalização das atividades dos policiais e garantir maior transparência nas ações da corporação.

Recentemente, o MP-SP iniciou uma investigação sobre um policial que foi flagrado atirando um homem de uma ponte. Os promotores requisitaram cópias do boletim de ocorrência e das perícias à Polícia Civil, enquanto a Corregedoria da PM foi notificada para informar, em cinco dias, se uma apuração disciplinar foi instaurada e se o policial em questão foi afastado.

Entre as recomendações do MP ao comandante-geral da PM de São Paulo, destacam-se:

  • Envio de mensagem à tropa reforçando o respeito aos procedimentos operacionais e normas sobre abordagens policiais;
  • Atualização de protocolos e diretrizes para o trabalho policial;
  • Implementação de cursos de reciclagem;
  • Uso de câmeras corporais em todas as operações.

Embora São Paulo tenha registrado uma queda nos índices de roubos e furtos em 2024, 760 pessoas perderam a vida em decorrência de operações policiais no estado, segundo dados do Ministério Público. A situação gerou pressão sobre a política de segurança pública do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), especialmente após uma série de incidentes trágicos, incluindo a morte de uma criança de quatro anos na Baixada Santista e de um estudante de Medicina em um hotel na capital.

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