Jornalista brasileiro é assassinado no México em segundo ataque em dias
Adriano Bachega, de 53 anos, foi morto a tiros em Monterrey, elevando preocupações sobre segurança da imprensa no país.
O assassinato de Adriano Bachega, jornalista brasileiro de 53 anos, ocorreu na manhã de terça-feira, 3, em Monterrey, no México, e representa o segundo atentado a jornalistas em um intervalo de apenas dois dias. Bachega foi executado a tiros enquanto dirigia seu veículo BYD na Avenida Lázaro Cárdenas, entre as cidades de Monterrey e San Pedro Garza García.
Testemunhas relataram que homens armados se aproximaram do carro do jornalista e dispararam repetidamente contra ele. O veículo acabou colidindo com um canteiro central, ficando atravessado na via. As autoridades, incluindo a Força Civil e a Guarda Nacional, chegaram ao local e encontraram cerca de dez cartuchos de munição, confirmando a gravidade do crime.
O incidente ocorreu apenas dois dias após a jornalista Victoria Monserrat García Álvarez ter sido baleada durante um assalto enquanto dirigia sua caminhonete. Essa sequência de ataques gerou um clamor por medidas mais rigorosas de proteção aos profissionais da imprensa. Em resposta, o Congresso de Nuevo León fez um apelo ao governador Samuel García para que sejam ativados protocolos de segurança para jornalistas na região.
Em nota, o Itamaraty do Brasil informou que está acompanhando o caso e se colocou à disposição dos familiares de Bachega para oferecer assistência consular. O jornalista, que havia se estabelecido no México há mais de uma década, era editor-chefe do Diário Digital Online e também atuava como consultor e palestrante em temas relacionados a negócios.
Bachega tinha um histórico profissional diversificado, tendo trabalhado anteriormente na Odebrecht (atualmente Novonor), onde participou de projetos significativos, como a implementação de tecnologia no Complexo Petroquímico Etileno XXI. Ao longo de sua carreira, ele fundou várias empresas, três das quais faliram, mas sempre se mostrou resiliente, afirmando que “as lições aprendidas me levaram ao sucesso nos quatro projetos seguintes”.
Familiares de Bachega expressaram sua dor nas redes sociais. Seu irmão, Weslen Bachega, compartilhou uma carta emocionada, destacando a profunda perda que a família enfrenta. “A dor é imensa, mas farei de tudo para transformar essa saudade em força para seguir seu exemplo”, escreveu ele.
A esposa de Weslen, Day, também se despediu do jornalista, ressaltando que “sua partida deixa um vazio imenso, mas as lembranças que espalhou serão eternas”. A morte de Adriano Bachega não só choca a comunidade jornalística, mas também levanta questões urgentes sobre a segurança dos profissionais da imprensa no México, um país que tem enfrentado uma crescente onda de violência contra jornalistas.
O corpo de Bachega será sepultado em San Jose de Arriba, no estado de Nuevo León, em uma cerimônia que promete reunir amigos e familiares para prestar as últimas homenagens a um profissional que dedicou sua vida ao jornalismo e à verdade.
Veja também: