Decisão suspende liminar que proibia deportação de cerca de 180 estrangeiros em situação irregular.
07 de Dezembro de 2024 às 18h08

STJ determina deportação de imigrantes ilegais retidos no Aeroporto de Guarulhos

Decisão suspende liminar que proibia deportação de cerca de 180 estrangeiros em situação irregular.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, autorizou a deportação de imigrantes ilegais que estão retidos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A decisão, proferida no último domingo, suspendeu uma liminar do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) que impedia essa medida.

Estima-se que cerca de 180 estrangeiros estejam acampados na área restrita do terminal, aguardando a concessão de refúgio. Em sua decisão, o ministro Benjamin apontou três fatores principais que justificam a deportação: o uso do Brasil como um corredor de passagem para outros países, a impossibilidade de manter os imigrantes aglomerados no terminal e os riscos sanitários e de segurança que essa situação acarreta.

Dados da Polícia Federal revelam que, entre 2023 e 2024, apenas 2,5% dos 8.300 pedidos de refúgio feitos ao Brasil resultaram em registro migratório. “A maioria busca apenas chegar a outros destinos, valendo-se de pedidos de refúgio que não encontram amparo na realidade ou na legislação”, afirmou o ministro.

Na mesma linha, o presidente do STJ destacou a atuação de redes de tráfico internacional de pessoas que utilizam o aeroporto como ponto de entrada na América do Sul. Após chegarem ao Brasil, muitos imigrantes são levados ao Acre, onde iniciam uma jornada rumo à fronteira dos Estados Unidos.

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A permanência dos imigrantes na área restrita do aeroporto foi considerada inadmissível, dada a insalubridade das condições. O ministro enfatizou que essa situação representa um sério risco à saúde e segurança tanto dos imigrantes quanto dos funcionários do terminal.

Embora a liminar tenha sido suspensa, Herman Benjamin assegurou que a Justiça poderá analisar casos individuais de imigração, desde que os imigrantes comprovem vínculos reais com o Brasil e a intenção de permanecer no país.

Em agosto, um imigrante retido no aeroporto faleceu devido a complicações de saúde, o que levantou ainda mais preocupações sobre as condições de vida dos estrangeiros ali retidos. O caso de Evans Osei Wusu, de 39 anos, proveniente de Gana, evidenciou as condições precárias enfrentadas por muitos imigrantes, que frequentemente não têm acesso a cuidados médicos adequados.

A decisão do STJ reflete uma preocupação maior com a segurança e a saúde pública, além de reafirmar o compromisso do Brasil em combater o tráfico de pessoas, respeitando os compromissos internacionais assumidos pelo país.

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