As exportações chinesas cresceram apenas 6,7% em novembro, abaixo das expectativas, enquanto importações caem 3,9%.
10 de Dezembro de 2024 às 09h43

Desaceleração nas exportações da China em novembro gera preocupações econômicas

As exportações chinesas cresceram apenas 6,7% em novembro, abaixo das expectativas, enquanto importações caem 3,9%.

As exportações da China apresentaram um crescimento de apenas 6,7% em novembro, conforme dados divulgados pela alfândega do país nesta terça-feira. Este resultado ficou aquém da expectativa de analistas, que projetavam uma alta de 8,4%. Em comparação, o mês anterior havia registrado um aumento de 12,7%, evidenciando uma significativa desaceleração no desempenho comercial da segunda maior economia do mundo.

Além disso, as importações também mostraram um desempenho negativo, com uma queda de 3,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este foi o pior resultado em nove meses, frustrando as expectativas de um leve crescimento de 0,3%. A diminuição nas importações sugere uma redução na demanda interna, o que pode indicar desafios econômicos mais profundos para o país.

O superávit comercial da China, no entanto, cresceu, alcançando US$ 97,44 bilhões em novembro, superando os US$ 95,27 bilhões de outubro. Esse aumento no superávit pode ser atribuído à combinação da desaceleração nas exportações e à queda nas importações, refletindo uma dinâmica complexa no comércio exterior.

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Os dados de novembro seguem uma tendência de crescimento irregular, levantando preocupações sobre a capacidade da China de sustentar sua economia em meio a um cenário global incerto. Especialistas alertam que o retorno de Donald Trump à Casa Branca pode trazer novos riscos comerciais, especialmente com a possibilidade de tarifas adicionais sobre produtos chineses.

“A demanda global não está muito forte e os dados de outros grandes exportadores, como a Coreia do Sul e o Vietnã, também apontam para diferentes níveis de desaceleração”, afirmou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. Ele destacou que os primeiros sinais de antecipação em relação às tarifas de Trump começaram a surgir, mas o impacto total deve ser sentido apenas nos próximos meses, especialmente em dezembro e janeiro.

As ameaças de Trump de impor tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, visando pressionar Pequim a combater o tráfico de substâncias químicas, têm gerado apreensão entre os exportadores. A corrida para transferir estoques para os armazéns dos EUA em outubro foi uma resposta a essas incertezas, na expectativa de que a demanda global se recupere em breve.

Com a economia chinesa enfrentando desafios, as autoridades prometeram aumentar o estímulo em 2025, mudando a abordagem das políticas monetária e fiscal para uma postura mais expansionista. Essa mudança visa estimular a demanda interna e incentivar os consumidores a voltarem aos gastos, em um esforço para revitalizar a economia.

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