O IPCA subiu 0,39% em novembro, refletindo uma leve desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 0,56%.
10 de Dezembro de 2024 às 09h53

Dólar apresenta queda enquanto investidores avaliam dados de inflação de novembro

O IPCA subiu 0,39% em novembro, refletindo uma leve desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 0,56%.

O dólar iniciou a terça-feira (10) em queda, recuperando parte das perdas acumuladas nas últimas sessões, mas ainda se mantendo acima de R$ 6,06. O movimento ocorre em meio à análise dos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referentes a novembro, que subiu 0,39%, após uma alta de 0,56% em outubro. O mercado busca entender como esses números podem influenciar a trajetória dos preços no Brasil.

Às 9h11, a moeda norte-americana era cotada a R$ 6,043 na compra e R$ 6,044 na venda, apresentando uma desvalorização de 0,63%. Na B3, o contrato de dólar futuro com primeiro vencimento registrava uma queda de 0,51%, sendo negociado a 6,062 pontos.

Na segunda-feira (9), o dólar à vista havia encerrado o dia em alta de 0,09%, atingindo R$ 6,08225, o maior valor nominal de fechamento da história. Essa oscilação reflete a volatilidade do mercado cambial, que continua atento às expectativas em relação à política monetária e fiscal do país.

O Banco Central do Brasil anunciou que realizará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento que ocorrerá em 2 de janeiro de 2025. Essa ação é parte da estratégia do BC para estabilizar a moeda e controlar a inflação.

Os analistas do mercado financeiro estão particularmente atentos ao cenário fiscal, uma vez que há crescente preocupação sobre a aprovação de um pacote de cortes de gastos do governo no Congresso Nacional. As incertezas políticas podem impactar diretamente a confiança dos investidores e, consequentemente, a cotação do dólar.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além disso, a expectativa em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrerá na quarta-feira, também influencia os movimentos do câmbio. A maioria dos especialistas acredita que o colegiado deverá aumentar a taxa Selic em resposta à inflação persistente.

O IPCA, que é considerado o indicador oficial da inflação no Brasil, teve uma alta acumulada de 4,87% nos últimos 12 meses até novembro, ligeiramente acima dos 4,76% registrados no mês anterior. A pesquisa realizada pela Reuters indicava que a expectativa era de uma alta de 0,37% para o mês, com uma inflação acumulada de 4,85% em 12 meses.

Os dados de inflação são cruciais para os investidores, pois ajudam a moldar as expectativas sobre a política monetária do Banco Central e a direção futura da taxa de juros. A combinação de uma inflação elevada e um cenário fiscal incerto pode levar a um aumento da volatilidade no mercado cambial.

Enquanto isso, o cenário internacional também exerce influência sobre o mercado brasileiro. Os investidores estão atentos aos dados de inflação nos Estados Unidos, que serão divulgados em breve, e que podem impactar as decisões do Federal Reserve em relação à taxa de juros americana.

O economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, comentou sobre a situação atual, afirmando que “é uma leve desaceleração, mas ainda assim, o mercado de trabalho nos EUA não mostra sinais de superaquecimento, o que traz um certo conforto para os investidores”.

Com a aproximação do fim do ano, as expectativas em relação ao desempenho econômico e às políticas do governo se intensificam, e o mercado financeiro permanece em alerta para quaisquer sinais que possam indicar mudanças significativas na economia.

Veja também:

Tópicos: