Grupo criminoso operava em mais de 50 países e gerava lucros diários de até R$ 6 milhões
10 de Dezembro de 2024 às 16h09

Desmantelada rede de call centers na Rússia que aplicava golpes em brasileiros e outros países

Grupo criminoso operava em mais de 50 países e gerava lucros diários de até R$ 6 milhões

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) anunciou a desarticulação de uma complexa rede de call centers que aplicava golpes financeiros em cidadãos de diversos países, incluindo Brasil, Reino Unido, Canadá, Japão e nações da União Europeia. As autoridades russas afirmam que o esquema enganou mais de 100 mil pessoas ao redor do mundo, resultando em um lucro diário estimado em até R$ 6 milhões.

A operação criminosa estava supostamente ligada a David Kezerashvili, ex-ministro da Defesa da Geórgia, que teria se beneficiado diretamente das atividades ilegais. Kezerashvili, que ocupou o cargo entre 2006 e 2008, atualmente estaria foragido em Londres. O FSB informou que a organização, conhecida como Milton Group, utilizava estratégias sofisticadas para atrair vítimas, prometendo altos retornos em investimentos relacionados a criptomoedas.

Durante a operação, 11 gerentes e funcionários dos call centers foram detidos, enquanto as investigações continuam para identificar outros envolvidos e recuperar os valores desviados. O FSB destacou que os chefes da operação na Rússia foram identificados como Keselman Ya.D., com dupla cidadania israelense e ucraniana, e Todva D., que possui cidadania israelense e georgiana. Ambos são considerados figuras centrais na organização criminosa.

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Uma reportagem da BBC revelou que o grupo utilizava cerca de 152 marcas falsas, como EverFX e Solo Capitals, para enganar as vítimas. As estratégias incluíam anúncios nas redes sociais que prometiam retornos exorbitantes, levando os interessados a um ciclo de investimentos que rapidamente se tornava uma armadilha. Um ex-funcionário do Milton Group afirmou que “as vítimas acreditam que possuem uma conta real, mas na verdade não há transações, tudo é uma simulação”.

Além disso, documentos encontrados em investigações anteriores na Alemanha e na Geórgia mostraram a abordagem metódica do grupo, com anotações que indicavam estratégias para identificar e manipular potenciais vítimas. O FSB também revelou que, em 2022, o grupo foi instruído pelo Serviço de Segurança da Ucrânia a disseminar informações falsas sobre ataques terroristas iminentes em várias cidades russas, como Moscou e Kursk.

As investigações estão em andamento para localizar outros responsáveis e recuperar os valores que foram desviados, enquanto as autoridades russas buscam desmantelar completamente a rede criminosa que operava de forma internacional.

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