Dólar inicia sessão em leve queda com foco na decisão do Copom e inflação nos EUA
A moeda norte-americana recuou 0,58% na véspera, cotada a R$ 6,0469, enquanto o Ibovespa subiu 0,80%, aos 128.228 pontos.
O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (11) apresentando uma leve queda, à medida que o mercado aguarda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, programada para ser anunciada após o fechamento dos mercados. A expectativa é de que o Copom implemente um novo aumento na taxa básica de juros, a Selic, em um cenário de aperto monetário que pode se intensificar nos próximos meses.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,58%, sendo cotada a R$ 6,0469. Com isso, o dólar acumulou uma queda de 0,40% na semana, um ganho de 0,77% no mês e um avanço de 24,61% no ano. A atenção dos investidores se volta agora para a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos, que podem influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, que se reunirá na próxima semana.
Às 9h16, o dólar à vista operava com uma leve queda de 0,02%, cotado a R$ 6,046 na compra e na venda. No mercado futuro, o contrato de dólar de primeiro vencimento apresentava uma queda de 0,04%, a 6.054 pontos. O Banco Central também realizará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, visando a rolagem do vencimento programado para 2 de janeiro de 2025.
Os analistas do mercado financeiro projetam que o Copom deve aumentar a Selic entre 0,75 e 1 ponto percentual, em resposta a um cenário econômico que ainda se mostra robusto, com a moeda americana desvalorizada e um ambiente externo desafiador. Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que mede a inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 0,39%, desacelerando em relação ao aumento de 0,56% observado em outubro, mas ainda acima das expectativas de 0,34% dos economistas.
O quadro fiscal do Brasil também permanece sob vigilância, especialmente com a possibilidade de que o novo pacote de cortes de gastos do governo federal enfrente resistência no Congresso Nacional. Para facilitar a aprovação, o governo planeja liberar R$ 3,2 bilhões em emendas PIX, uma estratégia que visa garantir o apoio parlamentar necessário para a tramitação das medidas fiscais. Na semana passada, o governo já havia sinalizado a liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas impositivas.
No cenário internacional, o foco está na divulgação dos dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que são fundamentais para a condução da política monetária do Fed. Recentemente, os dados do payroll indicaram que a criação de empregos na maior economia do mundo teve uma aceleração em novembro, após um período de instabilidade devido a furacões e greves. Contudo, o mercado de trabalho americano continua a mostrar sinais de fraqueza, o que pode abrir espaço para um novo corte na taxa de juros pelo Fed.
Com a expectativa de um dia agitado nos mercados, os investidores se preparam para as possíveis repercussões das decisões do Copom e dos dados de inflação dos EUA, que podem impactar diretamente as estratégias de investimento e a volatilidade do câmbio.
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