O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne hoje para definir a nova taxa Selic, com expectativa de aumento.
11 de Dezembro de 2024 às 11h21

Expectativa de alta na Selic marca reunião do Copom nesta quarta-feira

O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne hoje para definir a nova taxa Selic, com expectativa de aumento.

Nesta quarta-feira, 11 de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne para decidir sobre a nova taxa Selic. O consenso entre analistas é de que a taxa deve sofrer um aumento, embora haja divergências quanto à magnitude dessa elevação.

O Itaú, uma das principais instituições financeiras do país, projeta um aumento de 1 ponto percentual, elevando a Selic para 12,25% ao ano. Já o Bank of America acredita que a alta será de 0,75 ponto percentual. No entanto, a expectativa predominante no mercado é de que o Copom opte por um aumento de 0,77 ponto percentual, levando a taxa para 12% ao ano.

Jeff Patzlaff, planejador financeiro certificado, afirma: “Acredito que teremos 0,75% de aumento. E nas próximas reuniões do Copom, devemos ter mais altas”. Por outro lado, Idean Alves, também planejador financeiro, ressalta que, apesar da expectativa de alta na reunião de hoje, a próxima reunião do Copom não deverá resultar em um novo aumento da taxa.

“A tendência é que o remédio seja mais amargo agora para que nas próximas reuniões não seja necessário novas altas”, explica Alves. Essa análise reflete a preocupação com a inflação, que se mantém levemente acima do teto estabelecido pelo Banco Central.

Com o cenário de alta da Selic, Patzlaff observa que os investidores conservadores estão se beneficiando com investimentos atrelados à Selic, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e títulos públicos e privados. “Temos ótimas oportunidades em títulos de inflação, sempre lembrando que algumas empresas privadas podem quebrar nesse meio de caminho, então analise rentabilidade com segurança alinhada ao seu perfil”, alerta.

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Alves complementa que, nesse contexto, investimentos pós-fixados, preferencialmente com liquidez e vencimentos curtos, são ideais. “Isso permitiria margem de manobra em uma eventual mudança de cenário e permitiria surfar novas altas da Selic”, conclui.

A reunião do Copom, que recomeçou às 10h12, é crucial para a definição da política monetária do país. A decisão sobre a nova taxa Selic será divulgada às 18h30. De acordo com uma pesquisa realizada com 39 instituições, 26 delas esperam uma elevação de 0,75 ponto, enquanto 11 preveem um aumento de 1 ponto percentual.

Desde a última reunião do Copom, em novembro, o cenário econômico se deteriorou, com o dólar superando a marca de R$ 6,00, após frustrações do mercado com o pacote de cortes de despesas do governo. A medida foi considerada insuficiente, especialmente após o anúncio de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

A mediana do relatório Focus para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no segundo trimestre de 2026 aumentou de 3,86% em novembro para 4,16%, superando em 0,56 ponto percentual a meta do Banco Central, que é de 3%. O mercado já projeta que a Selic pode chegar a 13,75% ao final deste ciclo, sem que a inflação atinja a meta estabelecida.

Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, preside sua última reunião do Copom, já que seu mandato termina em 31 de dezembro. Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, assumirá a presidência do BC a partir de 1º de janeiro.

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