Dólar inicia o dia em queda, cotado a R$ 5,86, após decisão do Copom
A moeda americana recuou 1,43% na manhã desta quinta-feira, refletindo a alta da Selic e dados internacionais.
O dólar iniciou a quinta-feira em forte queda, sendo cotado a R$ 5,86, o que representa uma desvalorização de 1,43%. O movimento é uma resposta ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil na véspera.
Na quarta-feira, a moeda norte-americana já havia recuado 1,30%, fechando a R$ 5,9682. Com essa nova queda, o dólar acumula uma desvalorização de 1,70% na semana e 0,54% no mês, embora tenha registrado uma alta de 22,99% no ano. O cenário atual reflete as expectativas do mercado em relação à política monetária e à saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que continua a ser monitorada de perto pelos investidores.
A decisão do Copom de elevar a Selic de 11,25% para 12,25% ao ano foi acompanhada de um comunicado que indicou um tom mais severo do que o esperado. O comitê sinalizou que a taxa pode chegar a 14,25% ao ano em 2025, caso as expectativas de inflação não se estabilizem. Essa postura mais rígida é uma tentativa de conter a inflação, que tem se mostrado persistente.
Além da decisão do Copom, os investidores também estão atentos a dados internacionais que podem impactar o mercado. Entre os principais indicadores esperados estão os dados de inflação ao produtor e os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que são fundamentais para a condução da política monetária do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, também reagiu positivamente à decisão do Copom, fechando em alta de 1,06% na quarta-feira, aos 129.593 pontos. O desempenho do índice reflete a confiança dos investidores na capacidade do governo de controlar a inflação e estabilizar a economia.
O estado de saúde do presidente Lula, que passou por um procedimento médico para evitar um novo sangramento na cabeça, também continua a ser um fator de preocupação. O médico responsável pelo procedimento afirmou que a intervenção foi um sucesso e não deve impactar a previsão de alta da UTI.
O cenário fiscal do Brasil permanece sob escrutínio, especialmente com a expectativa de que o novo pacote de cortes de gastos do governo possa enfrentar resistência no Congresso Nacional. A aprovação da regulamentação da reforma tributária pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado é outro ponto que pode influenciar a confiança dos investidores.
No exterior, a China anunciou medidas de estímulo econômico que podem beneficiar as commodities brasileiras, como petróleo e minério de ferro, aumentando as expectativas de crescimento para o próximo ano. Essas medidas são vistas como um sinal positivo para a economia global e podem impactar diretamente as exportações do Brasil.
Os investidores devem continuar a monitorar de perto os desdobramentos econômicos tanto no Brasil quanto no exterior, já que a volatilidade nos mercados pode persistir diante das incertezas políticas e econômicas.
Veja também: