Estudo revela que Brasil perdeu seis posições em uma década, refletindo desafios na educação e infraestrutura
11 de Dezembro de 2024 às 15h53

Brasil ocupa 46ª posição em ranking de competitividade entre 66 países, segundo Firjan

Estudo revela que Brasil perdeu seis posições em uma década, refletindo desafios na educação e infraestrutura

O Brasil foi classificado na 46ª posição em um ranking que avalia a competitividade de 66 países, conforme o Índice Firjan de Competitividade Global (IFCG) divulgado nesta quarta-feira, 11. Este resultado representa uma queda de seis posições em relação a 2013, quando o país ocupava a 40ª colocação.

O estudo, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), analisa quatro pilares principais: ambiente de negócios, capital humano, eficiência do Estado e infraestrutura. O desempenho do Brasil, que já foi considerado um gigante econômico, está aquém do esperado, refletindo a necessidade urgente de políticas públicas eficazes.

Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, destacou que a falta de acesso a uma educação de qualidade é um dos principais obstáculos enfrentados pelo país. Ele afirmou: “Isso vira uma barreira para que consigam melhores postos de trabalho e um gargalo para as empresas que não conseguem mão de obra preparada para os novos tempos, à altura dos enormes desafios que as transformações tecnológicas impõem”.

O IFCG utiliza dados do Banco Mundial e da Unesco para avaliar a eficiência dos Estados, o ambiente de negócios, a infraestrutura e o capital humano. O índice brasileiro caiu de 44,4 em 2013 para 39,9 em 2023, evidenciando uma redução de cerca de 10% na competitividade.

Os países que lideram o ranking são Singapura, Suíça e Dinamarca, enquanto o Brasil ficou atrás de economias como Vietnã, Índia, Indonésia, Marrocos e África do Sul. No entanto, o Brasil ainda se posiciona à frente de nações como Argentina e Rússia.

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O desempenho em capital humano foi um dos pontos mais críticos, com o Brasil ocupando a 33ª posição. Em infraestrutura, o país ficou na 47ª colocação. A Firjan aponta que a taxa de investimento em infraestrutura no Brasil é de apenas 18% ao ano, um número significativamente inferior ao de países como China e Índia, que apresentam taxas de 43% e 33%, respectivamente.

Além disso, o Brasil se destacou negativamente nos pilares de eficiência do Estado e ambiente de negócios, ocupando a 52ª e 51ª posições, respectivamente. A baixa estabilidade política e a qualidade regulatória foram citadas como fatores que contribuem para essa situação.

Jonathas Goulart, gerente de estudos econômicos da Firjan, enfatizou que, apesar dos esforços para melhorar a competitividade, o país ainda enfrenta desafios significativos. Ele afirmou: “O Brasil tem procurado evoluir em diversas questões, mas o indicador deixa claro que ainda falta muito para se aproximar dos países com os maiores níveis de competitividade”.

O estudo conclui que, para que o Brasil possa melhorar sua posição no ranking, é fundamental investir em educação, pesquisa e desenvolvimento, áreas que têm apresentado baixos índices de investimento em comparação com outras nações. A Firjan destaca que o investimento em educação no Brasil é de apenas US$ 3,7 mil por aluno ao ano, enquanto países como Israel e Coreia do Sul gastam em média US$ 22 mil.

Com a necessidade de um movimento efetivo para reverter esse quadro, a Firjan conclama o governo a implementar políticas que visem melhorar a educação e a infraestrutura, fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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