Brasil alcança 2º maior juro real do mundo após elevação da Selic para 12,25%
Com a nova alta de 1 ponto percentual, Brasil fica atrás apenas da Turquia no ranking de juros reais, que atinge 9,48%.
O Brasil consolidou sua posição como o segundo maior juro real do mundo, após a recente decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando para 12,25% ao ano. Essa alteração, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira (11), reflete um cenário econômico complexo e desafiador.
Com essa nova taxa, o juro real brasileiro, que é calculado subtraindo a inflação projetada dos juros nominais, ficou em 9,48%. O levantamento realizado pela consultoria MoneYou indica que a Turquia lidera o ranking, com uma taxa real de 13,33%, enquanto a Rússia ocupa a terceira posição, com 8,29%.
A metodologia utilizada para calcular os juros reais considera a inflação esperada para os próximos 12 meses, que, segundo o Boletim Focus, está projetada em 4,67%. Além disso, a taxa de juros DI, que reflete as expectativas do mercado, também foi levada em conta, com foco no vencimento mais líquido, previsto para janeiro de 2026.
O aumento da Selic é uma resposta a diversos fatores econômicos, incluindo pressões inflacionárias e riscos fiscais. A decisão do Copom, que já havia elevado a taxa em 0,50 ponto percentual na reunião anterior, marca a terceira alta consecutiva, evidenciando a preocupação das autoridades monetárias com a estabilidade econômica do país.
Além do Brasil, a Argentina também se destacou no ranking, saltando da última posição para a 28ª, após a implementação de cortes na taxa de juros e uma queda significativa na inflação. Essa mudança representa um retorno aos juros reais positivos para o país, um feito que não ocorria há muitos anos.
O cenário atual levanta discussões sobre a eficácia das políticas monetárias adotadas e os impactos que essas decisões podem ter sobre o crescimento econômico e a confiança dos investidores. Especialistas alertam que a alta dos juros pode ter efeitos colaterais, como a desaceleração do consumo e o aumento do custo do crédito, o que pode afetar a recuperação econômica do Brasil.
Com a Selic em 12,25%, o Brasil permanece na quarta posição no ranking de juros nominais, que considera a taxa sem descontar a inflação. O país é superado apenas pela Turquia, Argentina e Rússia, que apresentam taxas nominais significativamente mais altas.
O Copom, responsável por definir a taxa básica de juros, continuará monitorando a evolução da economia e as expectativas de inflação, ajustando sua política monetária conforme necessário para garantir a estabilidade econômica e financeira do país.
O ranking de juros reais é um indicador importante para investidores e analistas, pois reflete a rentabilidade real das aplicações financeiras e a atratividade do mercado brasileiro em comparação com outros países. A posição do Brasil nesse ranking pode influenciar decisões de investimento e a percepção de risco por parte dos investidores internacionais.
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