Uma menina de 11 anos é a única sobrevivente de naufrágio próximo a Lampedusa; ONG relata tragédia que deixou 44 desaparecidos.
11 de Dezembro de 2024 às 16h53

Naufrágio no Mediterrâneo deixa 44 desaparecidos; menina de 11 anos é resgatada

Uma menina de 11 anos é a única sobrevivente de naufrágio próximo a Lampedusa; ONG relata tragédia que deixou 44 desaparecidos.

Pelo menos 44 migrantes foram declarados desaparecidos após um naufrágio ocorrido no último domingo, nas proximidades da ilha italiana de Lampedusa. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11) pela ONG Compass Collective, que resgatou a única sobrevivente da tragédia, uma menina de 11 anos.

A menor, natural de Serra Leoa, foi encontrada flutuando no mar com a ajuda de um colete salva-vidas e dois coletes improvisados, feitos com câmaras de pneu. A equipe de resgate do barco “Trotamar III” ouviu os gritos da criança por volta das 02h20 da madrugada, enquanto se dirigia para atender outra emergência.

De acordo com os socorristas, a menina apresentava sintomas de hipotermia, mas estava consciente. O médico Mauro Marino, que a examinou, estimou que ela havia passado cerca de 12 horas na água antes de ser resgatada. A sobrevivente relatou que a embarcação, de metal, partiu de Sfax, na Tunísia, e afundou durante uma tempestade.

Além da menina, que está se recuperando em um hospital, a ONG Mediterranean Hope informou que o irmão mais velho dela também estaria entre os desaparecidos. A menina mencionou ainda que encontrou outros dois meninos na água, mas eles desapareceram sob as ondas.

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A Guarda Costeira e a polícia italiana continuam as buscas por possíveis sobreviventes ou vestígios do naufrágio. Até o momento, não foram encontrados corpos ou restos de roupas na área, conforme relatou a agência de notícias italiana Ansa.

Este incidente trágico é mais um capítulo na crise migratória que afeta o Mediterrâneo. Desde o início do ano, mais de 2.050 migrantes morreram ou desapareceram na perigosa travessia em direção às costas europeias, em busca de uma vida melhor.

A Promotoria de Agrigento, na Sicília, anunciou a abertura de uma investigação por naufrágio negligente, homicídio culposo e auxílio à imigração ilegal. Os promotores aguardam um relatório da Capitania dos Portos para dar prosseguimento ao caso.

As organizações não governamentais que atuam na região têm alertado sobre o aumento da violência e das dificuldades enfrentadas pelos migrantes, que arriscam suas vidas em busca de segurança e oportunidades na Europa.

O resgate da menina e a busca por respostas sobre o naufrágio destacam a urgência de se abordar a crise humanitária no Mediterrâneo, que continua a ceifar vidas e a deixar famílias em desespero.

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