MC Paiva é alvo de operação da Polícia Federal por corrupção em São Paulo
A Polícia Federal investiga esquema de suborno envolvendo policiais civis e influenciadores digitais em SP
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (12) a operação Latus Actio II, que investiga um esquema de corrupção envolvendo policiais civis de São Paulo e influenciadores digitais, entre eles o funkeiro Davi Paiva, conhecido como MC Paiva. A ação tem como objetivo desmantelar uma rede que supostamente cobrava propina de artistas e empresários para não avançar em investigações relacionadas a jogos de azar.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo Mauá, São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes, São José dos Campos e a capital paulista. Na residência de MC Paiva, os agentes apreenderam colares, relógios e outras joias, evidenciando o estilo de vida luxuoso do artista, que possui uma forte presença nas redes sociais, com quase 9 milhões de seguidores.
Os investigadores apontam que os policiais civis teriam solicitado valores a influenciadores para evitar que processos investigativos sobre a exploração de jogos de azar se intensificassem. Os jogos em questão seriam promovidos como “rifas” nas redes sociais, prática que não é autorizada pelo Ministério da Fazenda e, portanto, é considerada ilegal.
A PF destaca que os influenciadores, temendo repercussões legais que poderiam resultar no bloqueio de suas contas nas redes sociais, optaram por pagar subornos aos policiais civis. Essa situação revela a pressão econômica e reputacional enfrentada por esses artistas, que buscam evitar prejuízos à sua imagem e carreira.
Além de MC Paiva, outros influenciadores e empresários que participaram das rifas ilegais também estão sob investigação. Até o momento, um policial civil foi detido preventivamente como parte das apurações. A operação é conduzida pela Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco-SP) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.
A operação Latus Actio II levanta questões importantes sobre a ética e a legalidade das práticas promovidas por influenciadores digitais. O caso de MC Paiva exemplifica os riscos associados à ostentação de um estilo de vida luxuoso, que pode se entrelaçar com atividades ilegais. As autoridades continuam a investigação para identificar todos os envolvidos e desmantelar qualquer esquema que prejudique a justiça e os princípios legais.
O desfecho dessa operação poderá definir novos rumos para o combate ao crime organizado e à corrupção no Brasil, especialmente em um cenário onde o digital e o real se interconectam cada vez mais. A PF aguarda um posicionamento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e também tenta contato com a defesa de MC Paiva.
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