Valdemar Costa Neto e Marcelo Câmara prestam depoimento à Polícia Federal em Brasília
Líder do PL e ex-assessor de Bolsonaro são indiciados em investigação sobre golpe; novos nomes surgem no caso.
Nesta quinta-feira, 12 de outubro, Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), e Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceram à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento no âmbito de uma investigação que apura a organização de um golpe de Estado. Ambos estão entre os 40 indiciados por supostas tentativas de desestabilizar a democracia brasileira após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
A investigação da Polícia Federal (PF) revela que Costa Neto é acusado de apoiar e financiar ações que questionam a integridade das urnas eletrônicas, enquanto Câmara é apontado como um dos principais disseminadores de narrativas golpistas. O relatório da PF, já encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sugere a participação de Bolsonaro e seus aliados em uma trama que visava manter o ex-presidente no poder, desafiando o resultado das eleições.
Além de Costa Neto e Câmara, outros três indivíduos foram recentemente indiciados: Aparecido Andrade Portela, suplente da senadora Teresa Cristina (PL-MS); Reginaldo Vieira de Abreu; e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Todos são acusados de envolvimento direto na tentativa de golpe. A Procuradoria Geral da República (PGR) deve iniciar uma nova fase de denúncias a partir de fevereiro do próximo ano, com a expectativa de que novos desdobramentos ocorram em breve.
O depoimento de Costa Neto e Câmara está previsto para ocorrer no início da tarde, onde devem esclarecer suas respectivas participações nas ações que questionam a lisura do processo eleitoral. O caso, que já mobilizou a atenção da sociedade e da mídia, é considerado um dos mais significativos na atualidade, dado o contexto político conturbado do país.
O indiciamento de Costa Neto e de outros políticos, militares e servidores públicos levanta questões sobre a integridade das instituições democráticas no Brasil. A PF identificou que o PL teria sido utilizado para financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam fraudes nas urnas eletrônicas, legitimando assim as manifestações que ocorreram em frente às instalações militares.
O relatório da PF destaca que, após a derrota de Bolsonaro, o PL entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação de parte dos votos, alegando irregularidades que não foram comprovadas. A PF concluiu que os investigados tinham plena consciência de que os argumentos apresentados eram infundados e não provavam qualquer fraude no sistema eleitoral.
O caso continua a se desdobrar, e a expectativa é que mais informações venham à tona à medida que as investigações avançam e novos depoimentos são realizados. A sociedade brasileira observa atentamente os desdobramentos deste inquérito, que pode ter implicações significativas para o futuro político do país.
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