Polícia Civil realiza operação no Complexo do Lins após morte de médica da Marinha
Agentes buscam evidências em local de onde teria partido tiro que atingiu Gisele Mendes
A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou, na manhã desta sexta-feira, uma operação no Complexo do Lins, especificamente na comunidade do Morro do Gambá, com o objetivo de realizar uma perícia técnica na casa de onde supostamente partiu o tiro que resultou na morte da médica da Marinha, Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos. A ação é um desdobramento do caso que chocou a sociedade e levantou questões sobre a segurança na região.
Gisele Mendes foi atingida por uma bala perdida na última terça-feira, enquanto participava de uma cerimônia no auditório da Escola de Saúde da Marinha, anexo ao Hospital Naval Marcílio Dias, em Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. O disparo, que entrou pela janela do local, causou ferimentos fatais na médica, que chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
As equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estão mobilizadas na operação, que conta com o apoio de 80 agentes. A expectativa é que a análise da casa abandonada, onde se acredita que o tiro tenha sido disparado, complemente as investigações já realizadas no auditório onde a médica foi atingida.
O laudo preliminar da perícia já indicou que o disparo que matou Gisele teria partido da parte alta da comunidade, onde há uma presença significativa de facções criminosas, como o Comando Vermelho. A região é conhecida por ser um ponto de conflito entre traficantes e forças de segurança, o que levanta preocupações sobre a segurança dos moradores e profissionais que atuam na área.
Na manhã de quinta-feira, a Marinha do Brasil intensificou a segurança nas imediações do Hospital Naval Marcílio Dias, com a presença de fuzileiros navais e veículos blindados. A medida visa garantir a segurança dos usuários e funcionários da unidade de saúde, especialmente após a morte da médica, que era uma profissional respeitada e atuava como superintendente de saúde no hospital.
O corpo de Gisele Mendes foi cremado na tarde de quinta-feira, em uma cerimônia reservada a familiares e amigos, que lamentaram a perda de uma profissional dedicada e admirada. A médica, formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), era especializada em geriatria e havia representado a Marinha em diversas missões, incluindo treinamentos voltados para situações de emergência e crises humanitárias.
A operação da Polícia Civil no Complexo do Lins é um reflexo da necessidade de respostas e justiça em um caso que expõe a fragilidade da segurança pública na região. A morte de Gisele Mendes, a 105ª vítima de bala perdida no Grande Rio em 2024, levanta questões sobre a violência armada e a proteção de profissionais que atuam em áreas de risco.
A Marinha do Brasil expressou seu pesar pela morte da médica e reafirmou seu compromisso em apoiar a família e amigos neste momento difícil. A instituição também está atenta às investigações em andamento, que buscam esclarecer as circunstâncias que levaram ao trágico incidente.
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