A decisão visa garantir a apuração das denúncias contra Alysson Mascaro, que nega as acusações e se diz alvo de perseguição.
13 de Dezembro de 2024 às 20h28

Faculdade de Direito da USP afasta professor acusado de assédio sexual por 60 dias

A decisão visa garantir a apuração das denúncias contra Alysson Mascaro, que nega as acusações e se diz alvo de perseguição.

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) decidiu afastar cautelarmente o professor Alysson Mascaro por um período de 60 dias. A medida foi tomada em decorrência de denúncias de assédio sexual apresentadas por pelo menos dez alunos e ex-alunos, que alegam ter sido vítimas de comportamentos inadequados durante as aulas e interações com o docente.

O afastamento foi determinado pelo diretor da faculdade, Celso Campilongo, que justificou a decisão como necessária para garantir a integridade das investigações. Em sua portaria, Campilongo destacou que “há elementos de que os atos eram cometidos em virtude da relação de poder, influência e autoridade que o cargo concede ao investigado, o que culmina em potencial prejuízo na colheita de provas que majoritariamente envolve seus antigos e atuais alunos”.

As acusações contra Mascaro, que leciona na USP desde 2006, incluem relatos de assédio sexual vertical, onde o professor supostamente utilizava sua posição de autoridade para coagir os alunos. Os episódios teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024, envolvendo comportamentos como beijos forçados e outras condutas inapropriadas.

Em resposta às denúncias, a faculdade instaurou um procedimento apuratório preliminar, que deve ser concluído em um prazo de 30 dias. A direção da USP aguarda que as entidades estudantis forneçam os contatos das supostas vítimas para que a investigação possa prosseguir de maneira adequada.

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A defesa de Alysson Mascaro, que nega todas as acusações, alega que as denúncias não possuem materialidade e que se tratam de uma tentativa coordenada de denegrir sua imagem. Segundo seus advogados, os relatos surgem em um contexto onde perfis falsos nas redes sociais foram criados para propagar calúnias e intrigas.

Uma das vítimas afirmou que o professor contava com o apoio de membros do Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica para apagar comentários em suas redes sociais que mencionavam os abusos. Antes da divulgação das denúncias, Mascaro havia declarado que era alvo de “crime cibernético” e que estava sendo perseguido por indivíduos que, “escudando-se no aparente anonimato no ambiente virtual, vêm buscando atacá-lo em sua honra”.

Além disso, a defesa do professor registrou um boletim de ocorrência e uma representação criminal para investigar o crime de perseguição, reforçando a alegação de que ele é alvo de ataques injustos.

A situação gerou um intenso debate na comunidade acadêmica, com muitos alunos e professores se manifestando sobre a importância de um ambiente seguro e respeitoso nas instituições de ensino. As denúncias de assédio sexual têm sido um tema recorrente nas universidades brasileiras, levando a uma maior conscientização e a necessidade de medidas efetivas para proteger as vítimas e punir os agressores.

A USP, por sua vez, reafirma seu compromisso com a apuração rigorosa dos fatos e a proteção dos direitos de todos os envolvidos, buscando garantir que a investigação transcorra de maneira justa e transparente.

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