A revista americana Science destacou o desenvolvimento de um medicamento injetável que pode prevenir quase 100% das infecções pelo HIV, um marco na luta contra a aids.
14 de Dezembro de 2024 às 08h34

Revista Science elege nova droga como maior avanço científico de 2024

A revista americana Science destacou o desenvolvimento de um medicamento injetável que pode prevenir quase 100% das infecções pelo HIV, um marco na luta contra a aids.

A revista científica americana Science reconheceu o desenvolvimento de um novo medicamento injetável como o maior avanço científico de 2024. Este remédio, que pode prevenir quase 100% das infecções pelo HIV, surge em um contexto preocupante, onde o vírus da aids continua a infectar mais de 1 milhão de pessoas anualmente em todo o mundo.

Embora o novo tratamento não funcione como uma vacina tradicional, já que não ensina o sistema imunológico a impedir a entrada do vírus, ele atua de maneira eficaz ao bloquear a replicação do HIV no organismo. Essa inovação representa um passo significativo na prevenção da doença, que ainda é um desafio global de saúde pública.

O medicamento precisa passar pela aprovação das agências reguladoras, como a Anvisa no Brasil e o FDA nos Estados Unidos, e sua disponibilidade está prevista apenas para 2026. Entretanto, já se iniciaram debates sobre o acesso ao tratamento, especialmente em países em desenvolvimento.

Cada dose do medicamento oferece proteção por um período de seis meses. Testes clínicos realizados em mulheres e adolescentes na África mostraram uma proteção de 100%, enquanto ensaios com diferentes grupos de gênero em várias regiões do mundo indicaram uma eficácia de 99,9%.

Desafios e Oportunidades

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Durante o último congresso internacional sobre HIV e aids, o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, afirmou que o novo medicamento é “a resposta mais próxima à vacina contra o HIV e à eliminação da transmissão do vírus e da síndrome no mundo”.

A Unitaid, uma organização internacional que busca ampliar o acesso a medicamentos a preços reduzidos, destacou que o alto custo do tratamento é um obstáculo significativo, especialmente para países em desenvolvimento. Durante a reunião, enfatizou-se a necessidade de uma aliança global para garantir o acesso ao medicamento.

A farmacêutica Gilead, responsável pela inovação, firmou acordos de licenciamento com seis laboratórios para garantir a produção de uma versão genérica a baixo custo, que será distribuída em 120 países mais pobres. No entanto, países de renda média, como o Brasil e outras nações da América Latina, que participaram de estudos sobre o novo fármaco, não foram incluídos nessa lista.

Essa exclusão levanta preocupações sobre a capacidade dos sistemas de saúde pública desses países de arcar com os custos do tratamento. Pesquisadores estimam que duas doses anuais do medicamento, que proporcionariam proteção por um ano, poderiam custar entre US$ 25.395 e 44.918, o que equivale a aproximadamente R$ 153 mil a R$ 271 mil, com base na cotação atual.

O novo medicamento atua na cápsula de proteína que envolve o material genético do vírus, tornando essa estrutura extremamente rígida e bloqueando etapas cruciais na replicação do HIV. Essa abordagem inovadora pode transformar o tratamento e a prevenção da infecção pelo HIV, oferecendo esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.

As informações foram obtidas de fontes confiáveis e refletem a importância do avanço científico no combate ao HIV.

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