Banco financia oito aeronaves para a americana Azorra, com entrega prevista até dezembro de 2025
15 de Dezembro de 2024 às 18h03

BNDES aprova financiamento de R$ 1,1 bilhão para exportação de jatos da Embraer

Banco financia oito aeronaves para a americana Azorra, com entrega prevista até dezembro de 2025

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 1,1 bilhão destinado à exportação de oito jatos comerciais da Embraer para a empresa americana Azorra. As aeronaves, que fazem parte da família E2, têm previsão de entrega entre dezembro de 2024 e 2025.

A Azorra, com sede na Flórida, é uma empresa especializada na aquisição e arrendamento de aeronaves para companhias aéreas comerciais. Este financiamento representa a terceira operação do BNDES voltada para a exportação de aeronaves da Embraer para a companhia americana, que se destaca como a quarta maior empresa de arrendamento de aeronaves regionais, possuindo 31 clientes em 26 países.

O financiamento será realizado por meio do programa BNDES Exim Pós-embarque, com desembolsos feitos em reais no Brasil em favor da Embraer. Em contrapartida, a Azorra assumirá o compromisso de pagamento em dólares, o que gerará divisas para o Brasil. O banco ressalta que essa operação não apenas contribui para a geração de divisas, mas também para a manutenção de empregos de alta qualificação no Brasil, fortalecendo a posição da Embraer no mercado internacional.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que, somente neste ano, o banco já financiou a exportação de 56 aeronaves da Embraer para diversos mercados nas Américas, Europa e Ásia. “Fechamos novos contratos para aviões comerciais e militares. O banco também está apoiando a produção do carro-voador da Embraer, que será fabricado no Brasil”, afirmou Mercadante, ressaltando a importância do financiamento para a competitividade da Embraer no cenário global.

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Além disso, o BNDES introduziu uma nova modalidade de garantia para esse financiamento, que inclui um seguro de crédito privado oferecido pela Itasca MGA, especializada em riscos de crédito na aviação. O seguro, conhecido como ANPI (Aircraft Non-Payment Insurance), oferece cobertura integral do crédito durante toda a operação, uma inovação que o banco implementa pela primeira vez.

Entretanto, a aprovação do financiamento ocorre em um contexto de incertezas, uma vez que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) está em tramitação no Congresso Nacional. A proposta, de autoria do deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), visa dar ao Congresso o poder de aprovar ou vetar empréstimos do BNDES destinados a exportações de bens e serviços. A medida, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, poderá impactar diretamente as operações de financiamento do banco.

Em entrevista, José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, expressou preocupação com a PEC, afirmando que “a Embraer seria 100% afetada” pela nova regulamentação. Ele destacou a importância do setor aeronáutico para a economia brasileira, ressaltando que, em média, 30% das exportações da Embraer contam com financiamento do BNDES, o que é crucial para a competitividade da empresa frente a concorrentes internacionais.

Gordon também enfatizou que a aprovação da PEC poderia congelar o sistema de financiamento ao comércio exterior, o que seria prejudicial para as empresas brasileiras. “Todo o financiamento à exportação do país terá que passar pelo Congresso, o que é uma medida anticompetitiva”, concluiu.

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