Com a demanda em alta, bares de Londres e de todo o Reino Unido enfrentam dificuldades para atender clientes durante o Natal.
16 de Dezembro de 2024 às 09h32

Escassez de cerveja Guinness leva pubs britânicos a racionar bebida icônica

Com a demanda em alta, bares de Londres e de todo o Reino Unido enfrentam dificuldades para atender clientes durante o Natal.

Os pubs britânicos estão enfrentando uma escassez significativa de cerveja Guinness, levando estabelecimentos a implementar racionamento para atender à crescente demanda. Kate Davidson, co-proprietária do The Old Ivy House, em Londres, criou um sistema de cartões de racionamento para gerenciar a venda da famosa cerveja preta irlandesa.

A escassez começou a ser sentida em todo o Reino Unido após a Diageo, empresa proprietária da Guinness, anunciar que estava lidando com uma “demanda excepcional dos consumidores”. Davidson expressou sua surpresa com a situação, especialmente em um período festivo como o Natal, afirmando: “Estou um pouco impactada porque é Natal. Não esperava que se esgotasse nessa época do ano”.

O aumento no consumo de Guinness, que subiu 24% entre as mulheres, é atribuído a uma estratégia de marketing da Diageo que visa atrair novos clientes, especialmente entre a geração Z. Influenciadores digitais, conhecidos como “Guinnfluencers”, como Kim Kardashian, têm contribuído para a popularidade da bebida, compartilhando fotos com a cerveja em suas redes sociais.

Com a crescente demanda, a Diageo começou a restringir a quantidade de barris que os pubs podem adquirir. Davidson, ao tentar fazer seu pedido habitual de sete ou oito barris, foi informada de que só poderia comprar quatro. “A cervejaria confirmou que a Diageo estava racionando, então eles racionaram (para nós)”, explicou a comerciante de 42 anos.

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Para contornar a situação, Davidson e seu sócio implementaram uma regra que exige que os clientes comprem mais duas bebidas antes de poderem pedir uma Guinness. “É assim que lidamos com esses tempos difíceis de racionamento de Guinness”, comentou, acrescentando que a situação tem gerado um clima divertido no bar, onde “ninguém vai embora”.

Apesar das medidas, muitos pubs ainda enfrentam dificuldades. Na noite de sexta-feira, barris de Guinness estavam vazios e os clientes tiveram que esperar até quarta-feira para saborear a bebida. Claudia Russo, uma tatuadora de 39 anos e fã da cerveja, lamentou a situação: “É um pouco triste, então optei por um Bloody Mary”.

Dados da empresa de pesquisa de mercado CGA by NIQ mostram que as vendas de Guinness no Reino Unido aumentaram 21% entre julho e outubro, mesmo em um cenário de declínio geral no mercado de cervejas. Um porta-voz da Diageo declarou: “No último mês, tivemos uma demanda excepcional dos consumidores pela Guinness no Reino Unido. Maximizamos o fornecimento e estamos trabalhando ativamente com nossos clientes para gerenciar a distribuição, para vender da forma mais eficiente possível”.

Shaun Jenkinson, diretor de operações da rede de pubs irlandeses Katie O'Brien's, informou que recebeu apenas “cerca de 70% do que era necessário para atender aos pedidos”. Os fornecedores têm alertado que não conseguirão atender à demanda antes do Natal, o que tem gerado um clima de “compras em pânico”, conforme noticiado pelo Times.

Howard Thomas, um escritor de 79 anos que frequenta o Old Ivy House, comentou sobre a situação, sugerindo que “se os jovens pararem de beber Guinness, esse problema acabará”. Ele ainda brincou: “Deixe isso para os idosos”.

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