Levantamento revela que 59% da população não conhecem pacote de cortes de gastos do governo.
16 de Dezembro de 2024 às 16h31

Gestão de Haddad é rejeitada por 34% dos brasileiros, aponta pesquisa Datafolha

Levantamento revela que 59% da população não conhecem pacote de cortes de gastos do governo.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada nesta segunda-feira (16) revela que a gestão econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta uma significativa rejeição entre os brasileiros. De acordo com o levantamento, 34% dos entrevistados consideram a administração ruim ou péssima, enquanto apenas 27% a avaliam como ótima ou boa. Outros 34% a classificam como regular, e 5% não souberam opinar.

O estudo, que entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios entre os dias 12 e 13 de dezembro, foi realizado logo após a apresentação de um pacote de cortes de gastos, que foi considerado insuficiente por economistas e operadores do mercado financeiro. Essa percepção negativa se reflete no aumento da incerteza econômica, com o dólar superando a marca histórica de R$ 6 e os juros futuros subindo, com a taxa para janeiro de 2027 ultrapassando 15%.

Uma das descobertas mais alarmantes da pesquisa é que 59% da população não tomou conhecimento do pacote de cortes de gastos, enquanto 41% afirmaram ter acompanhado o anúncio. Entre os que se informaram sobre as medidas, 89% apoiam a fiscalização de acesso ao Bolsa Família e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para evitar fraudes.

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Além disso, a pesquisa revelou que 61% dos entrevistados se opõem à limitação do aumento real do salário mínimo. A gestão do gasto público também foi questionada, com 45% acreditando que os recursos são suficientes, mas mal aplicados, enquanto 35% afirmaram que não há dinheiro suficiente, mas que o que existe é mal utilizado.

Haddad anunciou o pacote em uma cadeia nacional de rádio e TV, apresentando também uma proposta de reforma tributária que prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. A maioria dos entrevistados, 70%, apoiou essa isenção, enquanto 26% se mostraram contrários. Além disso, 77% dos participantes se mostraram favoráveis à tributação para rendimentos acima de R$ 50 mil, com apenas 20% se opondo à medida.

Esses dados refletem um cenário desafiador para o governo, que busca estabilizar as finanças públicas em meio a uma crescente insatisfação popular. A comunicação das medidas e a percepção pública sobre sua eficácia serão cruciais para o sucesso das políticas econômicas implementadas por Haddad.

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