Tarcísio de Freitas defende polícias em balanço de gestão: 'Excelentes profissionais'
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, elogiou as polícias Civil e Militar em evento de balanço de sua gestão, apesar de recentes críticas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresentou na manhã desta quarta-feira (18) um balanço de sua gestão, destacando a atuação das polícias Civil e Militar, que classificou como "excelentes". A declaração ocorre em um momento delicado, após a prisão de um delegado e três investigadores suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Durante o evento, Tarcísio afirmou: "Primeira coisa é que a gente tem que observar é que nós temos uma excelente polícia. Uma excelente Polícia Militar, excelente Polícia Civil. Temos excelentes profissionais. A polícia vem produzindo muito." Essa afirmação, no entanto, contrasta com a crescente preocupação em relação à violência policial no estado.
O governador foi questionado sobre um recente caso de agressão policial, onde imagens mostraram agentes chutando e agredindo um homem rendido durante uma abordagem em Paraisópolis, na zona sul da capital. Em resposta, Tarcísio lamentou os desvios de conduta e reiterou que "o desvio de conduta não pode se confundir com a ação profissional de muitos profissionais que estão dando duro para proteger a sociedade".
Tarcísio também se comprometeu a investir em treinamento para os policiais e classificou a corrupção dentro da corporação como "intolerável". Ele afirmou: "Vamos punir severamente, tanto na esfera administrativa, com a expulsão do profissional, quanto na esfera penal". O governador destacou que os números da Corregedoria indicam que "nunca se puniu tantos policiais quanto está se punindo agora".
Na terça-feira (17), a prisão de um delegado e três policiais civis pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, em uma operação relacionada ao PCC, trouxe à tona a necessidade de uma reflexão sobre a atuação das forças de segurança. A ação foi resultado de investigações que se intensificaram após a execução de Antôni Vinícius Lopes Gritzbach, um delator do PCC, em novembro.
Nos últimos meses, a situação se agravou com a prisão de dois policiais militares e o afastamento de mais de 40 agentes devido a denúncias de violência em abordagens. Entre janeiro e o início de dezembro, foram registradas 784 mortes em decorrência de intervenções policiais, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público.
Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) revelam que, de janeiro a setembro, a Polícia Militar matou 496 pessoas, o maior número desde 2020. Essa alta interrompeu a tendência de queda nas mortes pela PM, que havia sido observada a partir da implementação das câmeras corporais nos uniformes dos agentes. Em 2022, o total de óbitos desse tipo foi o menor da série histórica, que começou em 2001.
O governador também se comprometeu a continuar o trabalho de investigação e a não tolerar desvios de conduta entre os agentes. "Estamos atentos e vamos agir sempre que necessário para garantir a segurança da população e a integridade das nossas instituições", concluiu Tarcísio.
Veja também: