Novo decreto estabelece diretrizes sobre uso de armas de fogo e situações em que não devem ser utilizadas
24 de Dezembro de 2024 às 14h15

Governo federal publica decreto que disciplina uso da força pelas polícias no Brasil

Novo decreto estabelece diretrizes sobre uso de armas de fogo e situações em que não devem ser utilizadas

O governo federal divulgou nesta terça-feira (24) um decreto do Ministério da Justiça e Segurança Pública que visa regulamentar o uso da força por policiais em todo o Brasil. A norma foi publicada no Diário Oficial da União e traz diretrizes que buscam promover a eficiência e a transparência nas ações policiais, além de garantir o respeito aos direitos humanos.

Entre os principais pontos do decreto, destaca-se a determinação de que o uso de armas de fogo deve ser considerado como um “último recurso”, a ser utilizado apenas em situações extremas. O texto especifica que não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoas desarmadas em fuga ou em situações onde não haja risco imediato à vida dos profissionais de segurança pública.

O decreto também estabelece que a força deve ser aplicada com bom senso e dentro dos limites da lei. Os agentes de segurança devem priorizar a comunicação e a negociação, evitando a escalada da violência. Além disso, sempre que o uso da força resultar em ferimentos ou mortes, um relatório circunstanciado deverá ser elaborado, conforme os parâmetros que serão definidos pelo Ministério da Justiça.

O documento ainda prevê a criação de um Comitê Nacional de Monitoramento do Uso da Força, que terá a responsabilidade de acompanhar e avaliar a implementação das novas diretrizes. Este comitê será composto por representantes da sociedade civil e órgãos governamentais, com o objetivo de garantir a transparência e a responsabilidade nas ações policiais.

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Outra questão importante abordada no decreto é a capacitação dos profissionais de segurança pública. O governo determinará que os agentes passem por treinamentos anuais sobre o uso da força, incluindo o manejo adequado de armas de fogo e instrumentos de menor potencial ofensivo. A periodicidade e os conteúdos dos cursos serão definidos pelo Ministério da Justiça em até 90 dias após a publicação do decreto.

O texto também menciona que as diretrizes não serão impostas aos estados e ao Distrito Federal, que mantêm a autonomia para gerir suas polícias. No entanto, o repasse de recursos federais para ações que envolvam o uso da força policial estará condicionado ao cumprimento das normas estabelecidas no decreto.

O decreto surge em um contexto de crescente preocupação com a violência policial no Brasil, especialmente após uma série de incidentes que ganharam destaque na mídia. Casos de abusos cometidos por policiais têm gerado debates sobre a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa e de uma abordagem mais humanizada nas ações de segurança pública.

O governo espera que as novas regras contribuam para a redução da letalidade policial e para a construção de uma relação de confiança entre a população e as forças de segurança. O decreto é um passo importante na busca por uma atuação policial mais responsável e respeitosa em relação aos direitos dos cidadãos.

As diretrizes estabelecidas pelo governo têm como foco a proteção da vida e a promoção de uma cultura de respeito e diálogo, buscando minimizar o uso da força e priorizar a resolução pacífica de conflitos. O decreto é um reflexo da necessidade de uma mudança na abordagem das polícias, visando garantir a segurança de todos os cidadãos, independentemente de sua origem ou condição social.

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