Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Nuclear da Rússia, foi alvo de um atentado em Moscou, com a Ucrânia alegando responsabilidade.
17 de Dezembro de 2024 às 06h46

Chefe da defesa nuclear da Rússia é morto em explosão em Moscou

Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Nuclear da Rússia, foi alvo de um atentado em Moscou, com a Ucrânia alegando responsabilidade.

O tenente-general Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Nuclear, Biológica e Química da Rússia, foi morto em uma explosão na manhã desta terça-feira (17/12) em Moscou. O atentado ocorreu quando Kirillov deixava um complexo residencial na avenida Ryazansky, onde um dispositivo explosivo escondido em uma scooter detonou, resultando também na morte de seu assistente.

De acordo com o Comitê de Investigação da Rússia, o explosivo foi detonado remotamente e continha aproximadamente 300 gramas de explosivos. Fontes de segurança da Ucrânia afirmam que o país estaria por trás da operação, considerando Kirillov um “alvo legítimo” devido a suas supostas ordens para o uso de armas químicas proibidas contra as forças ucranianas.

Na segunda-feira, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) havia acusado Kirillov de ser “responsável pelo uso em massa de armas químicas proibidas”, uma alegação que foi amplamente divulgada nas redes sociais. Imagens do local do atentado mostram a entrada do prédio severamente danificada, com marcas de queimaduras nas paredes e janelas quebradas.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Kirillov, de 54 anos, era uma figura central nas operações de defesa química da Rússia e foi nomeado chefe da NBC em 2017. Sua carreira nas Forças Armadas da Rússia incluiu várias funções relacionadas a materiais perigosos e defesa contra ameaças químicas e biológicas. O Reino Unido havia imposto sanções a ele em outubro, alegando que ele supervisionou o uso de armas químicas na Ucrânia e atuou como um “importante porta-voz da desinformação do Kremlin”.

O SBU declarou que a Rússia teria utilizado armas químicas em mais de 4.800 ocasiões sob a liderança de Kirillov, uma afirmação que Moscou nega. O Comitê de Investigação da Rússia anunciou que abriu um processo criminal para investigar o assassinato, com especialistas forenses e investigadores trabalhando no local para apurar as circunstâncias do crime.

O atentado ocorre em um contexto de crescente tensão entre a Rússia e a Ucrânia, especialmente após a invasão russa em fevereiro de 2022. O assassinato de Kirillov se dá menos de uma semana após a morte de outro especialista em armas russo, Mikhail Shatsky, que também foi alvo de um ataque em Moscou, supostamente realizado pelo serviço de inteligência militar da Ucrânia.

As autoridades russas estão sob pressão para esclarecer as circunstâncias em torno da morte de Kirillov, enquanto a comunidade internacional observa atentamente as repercussões deste evento significativo no cenário geopolítico atual.

Veja também:

Tópicos: