Suspeito de liderar máfia que extorquia comerciantes da 25 de Março é preso pela PF
A Polícia Federal prendeu um homem que chefiava um grupo criminoso responsável por extorsões e homicídios na região central de São Paulo.
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta segunda-feira, 16, um homem suspeito de liderar uma organização criminosa que extorquia e assassinava comerciantes chineses nas ruas 25 de Março e Santa Ifigênia, localizadas na região central de São Paulo. O indivíduo, que não teve seu nome divulgado, estava foragido desde 2017, quando escapou de uma grande operação policial contra a máfia chinesa.
O suspeito permaneceu escondido na Venezuela por pelo menos três anos e foi capturado em Pacaraima, cidade de Roraima, que faz fronteira com o país vizinho. A prisão ocorreu quando ele tentava se estabelecer na localidade, conhecida por ser um ponto de entrada para imigrantes venezuelanos no Brasil.
O homem tinha três mandados de prisão em aberto, emitidos pela Justiça paulista, e era procurado por crimes graves, incluindo homicídio, roubo qualificado, extorsão mediante sequestro e organização criminosa. Ele vinha sendo monitorado pela PF, que intensificou suas ações na área de fronteira para combater a atuação de grupos criminosos.
Segundo as investigações, a organização criminosa à qual o suspeito pertencia era originária da província de Fujian, na China. O grupo desenvolveu um esquema de extorsão que visava seus compatriotas estabelecidos no comércio paulistano, cobrando entre R$ 5 mil e R$ 10 mil mensais de suas vítimas. A PF investiga ainda a ligação do grupo com a morte de três comerciantes que se negaram a pagar as quantias exigidas.
Em 2017, durante a operação da Polícia Civil de São Paulo, 14 membros da máfia foram presos, mas o líder conseguiu fugir. Ele teria atravessado a fronteira por terra até a Venezuela, onde se manteve em esconderijo próximo à divisa entre os dois países.
A ação da polícia revelou que a máfia fez mais de cem vítimas e, em um curto período, extorquiu o equivalente a US$ 50 mil (cerca de R$ 300 mil). Aqueles que se recusavam a pagar eram mantidos em cárcere privado até que os pagamentos fossem efetuados, e os mais resistentes eram eliminados por executores ligados ao grupo.
A Justiça havia expedido 20 mandados de prisão preventiva, mas cinco suspeitos, incluindo o homem preso, conseguiram escapar. Durante a operação de 2017, foram apreendidas sete armas de fogo com os detidos.
Em nota, a PF destacou que a prisão do suspeito é um reflexo do aumento das ações de combate ao crime organizado na região de fronteira, com o intuito de desmantelar organizações criminosas que atuam de forma estratégica nessa área.
Após a captura, o homem foi encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, capital de Roraima, onde ficará à disposição da Justiça.
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