Astronautas chineses quebram recorde com a caminhada espacial mais longa da história
Cai Xuzhe e Song Lingdong, da missão Shenzhou-19, superaram marca anterior dos EUA em atividade extraveicular
A China fez história na exploração espacial ao anunciar que dois de seus astronautas, Cai Xuzhe e Song Lingdong, realizaram a caminhada espacial mais longa já registrada, com duração de nove horas. A atividade ocorreu na última terça-feira, 17 de outubro, e superou o recorde anterior de oito horas e 56 minutos, estabelecido pela astronauta americana Susan Helms em 2001.
Os astronautas, que fazem parte da tripulação da missão Shenzhou-19, completaram a atividade extraveicular pouco antes das 22h, horário de Pequim. Durante a caminhada, eles instalaram dispositivos de proteção contra detritos espaciais e realizaram inspeções em equipamentos da Estação Espacial Tiangong, enquanto Wang Haoshe supervisionava as operações a partir do interior da nave.
A caminhada espacial é um marco significativo para o programa espacial chinês, que tem se esforçado para se firmar como um dos principais atores no setor. A Administração Espacial Nacional da China tem investido em uma série de missões ambiciosas, incluindo o retorno de amostras lunares e a exploração de Marte, buscando não apenas avanços científicos, mas também recursos e segurança nacional.
Song Lingdong, de 34 anos, se destacou ao se tornar o primeiro astronauta chinês nascido na década de 1990 a realizar uma caminhada espacial. Para Cai Xuzhe, esta foi a segunda experiência fora da estação, tendo participado de outra operação em 2022. A missão atual da Shenzhou-19, que começou em outubro, tem duração prevista de seis meses e inclui uma série de experimentos científicos e atividades externas programadas.
A Tiangong, que significa “Palácio Celestial” em mandarim, foi projetada para operar por pelo menos uma década. Caso a Estação Espacial Internacional (ISS) seja desativada conforme o planejamento, a Tiangong poderá se tornar a única estação espacial em funcionamento a partir de 2024. A China, que não participa da ISS devido a restrições relacionadas a seu programa espacial, tem investido fortemente em seu próprio desenvolvimento aeroespacial.
Entre os feitos notáveis da China estão o pouso da sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua e o envio de uma sonda a Marte, tornando-se a terceira nação a alcançar tal feito, atrás apenas dos Estados Unidos e da antiga União Soviética. O sucesso da missão Shenzhou-19 e a nova marca de caminhada espacial reforçam a crescente ambição da China em se estabelecer como uma potência espacial global.
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