Uma operação da Europol apreendeu 30 toneladas de moluscos contaminados e prendeu 62 pessoas em três países europeus.
19 de Dezembro de 2024 às 14h27

Europol desarticula esquema de tráfico de moluscos em Portugal, França e Espanha

Uma operação da Europol apreendeu 30 toneladas de moluscos contaminados e prendeu 62 pessoas em três países europeus.

Uma operação coordenada pela Europol resultou na apreensão de 30 toneladas de moluscos pescados em áreas proibidas, devido ao alto nível de contaminação. As autoridades anunciaram, nesta quinta-feira (19), que 62 pessoas foram detidas em Portugal, França e Espanha.

Além dos moluscos, a operação também levou à apreensão de seis toneladas de enguias de vidro, que foram capturadas ilegalmente. O valor total da mercadoria apreendida é estimado em cerca de 10 milhões de euros, o que equivale a aproximadamente 10,4 milhões de dólares no mercado ilegal.

As “organizações criminosas” envolvidas nesse comércio operavam em colaboração com caçadores ilegais de “países asiáticos”, que vendiam os moluscos a preços extremamente baixos, “por apenas um euro por quilo”, conforme informou a Europol em um comunicado oficial.

Os mariscos apreendidos eram provenientes de áreas de pesca restritas, onde as altas concentrações de contaminantes poderiam levar a sérios riscos à saúde, como intoxicação alimentar e doenças graves, incluindo hepatite. A Guardia Civil espanhola destacou a gravidade da situação em uma nota separada.

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Segundo a Europol, as organizações criminosas estavam focadas na pesca de moluscos japoneses, que são altamente valorizados pelos consumidores, especialmente durante as festividades de Natal. Para enganar as autoridades, a documentação desses produtos era falsificada, apresentando-os como “próprios para consumo humano”.

O tenente-coronel Ricardo Alves, chefe da divisão de Proteção da Natureza e do Meio Ambiente da polícia portuguesa, afirmou que “a grande maioria dos moluscos veio do estuário do Tejo”, um rio que atravessa Portugal e Espanha antes de desaguar no Oceano Atlântico.

Alves também revelou que os chefes da rede criminosa são cidadãos portugueses. Oito das prisões ocorreram em Portugal, enquanto outras 19 foram realizadas na Espanha, onde a maioria das empresas envolvidas no tráfico estava localizada.

Os moluscos potencialmente contaminados eram vendidos diretamente a estabelecimentos de alimentação, sem a realização dos processos de purificação exigidos, o que reduzia os custos e aumentava os lucros dos criminosos.

As autoridades também informaram que a operação foi ampliada para investigar possíveis casos de “tráfico humano e exploração de mão de obra”, indicando a complexidade e a gravidade da situação.

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