Em sua última live, presidente do BC ressalta conquistas, mas afirma que autonomia ainda não foi finalizada.
20 de Dezembro de 2024 às 16h23

Roberto Campos Neto destaca autonomia do Banco Central em despedida

Em sua última live, presidente do BC ressalta conquistas, mas afirma que autonomia ainda não foi finalizada.

Na última sexta-feira, 20 de dezembro de 2024, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fez sua despedida oficial em uma transmissão ao vivo, onde refletiu sobre sua gestão e as conquistas alcançadas ao longo de seu mandato, que teve início em 2019. Campos Neto, que deixará o cargo no dia 31 de dezembro, destacou a autonomia do BC como um dos principais avanços de sua administração, embora tenha enfatizado que esse processo ainda não está concluído.

“O processo de autonomia ainda não está terminado, mas foi um grande ganho para o BC. Coloca a instituição à frente das pessoas, à frente da ideologia, dos governos e do tempo político, com um tempo institucional mais adequado às características necessárias para o cumprimento das nossas missões”, afirmou Campos Neto durante a live.

A transmissão foi um dos últimos atos públicos do presidente, que será sucedido por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que assumirá interinamente a partir deste sábado, 21 de dezembro, e oficialmente em 1º de janeiro de 2025. Campos Neto, que já anunciou que entrará em recesso antes do término de seu mandato, fez um balanço detalhado de sua gestão, ressaltando a criação do Pix, um sistema de pagamento instantâneo lançado em 2020.

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“Uma mudança muito grande foi o reconhecimento da sociedade em relação ao Banco Central. O BC fez vários projetos que tiveram uma percepção maior na sociedade, e o Pix foi um dos principais”, destacou o presidente. Ele mencionou que a ferramenta se popularizou rapidamente entre os brasileiros e que ainda há muito espaço para evolução, com a possibilidade de novas funcionalidades a serem implementadas.

“O Pix começou, e logo percebemos que poderíamos desenvolver várias novas funcionalidades. Hoje, temos tantas ideias de institucionalidade que a dificuldade é priorizá-las. Acredito que o Pix pode fazer muito mais do que faz atualmente”, acrescentou Campos Neto.

Além de falar sobre a autonomia e o Pix, Campos Neto também abordou a importância de um olhar atento para o quadro de funcionários do BC, enfatizando a necessidade de aprofundar a agenda de qualificação e inovação dentro da instituição. Ele reconheceu que, apesar dos avanços, a autonomia financeira do BC ainda é uma bandeira que precisa ser defendida e que a proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre o tema permanece parada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

“A autonomia operacional do Banco Central foi uma conquista significativa, mas a autonomia financeira ainda precisa ser discutida e aprovada. Essa é uma tarefa que ficará nas mãos do novo presidente”, concluiu Campos Neto, deixando um legado de desafios e conquistas para seu sucessor.

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