Radar que limitava velocidade foi removido antes de acidente fatal em Minas Gerais
Colisão em Teófilo Otoni deixou 22 mortos; radar que controlava a velocidade foi retirado meses antes da tragédia.
Um grave acidente de trânsito ocorrido na madrugada deste sábado (21) resultou na morte de 22 pessoas na BR-116, em Lajinha, município de Teófilo Otoni, Minas Gerais. A colisão, que envolveu um ônibus, uma carreta e um carro, aconteceu por volta das 3h30, conforme informações do Corpo de Bombeiros.
Investigação realizada pelo repórter Jerry Santos, da Inter TV, revelou que, no trecho da rodovia onde ocorreu a tragédia, havia um radar que limitava a velocidade dos veículos a 60 km/h. Este equipamento, assim como outros na região, foi retirado recentemente devido à documentação vencida, o que levanta questionamentos sobre a segurança viária no local.
Nos últimos dias, pelo menos três acidentes fatais ocorreram em áreas onde os radares foram removidos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que novos radares serão instalados nesses mesmos pontos em 2025, sob a responsabilidade de uma nova empresa.
O acidente deste sábado teve início quando o pneu do ônibus estourou, fazendo com que o motorista perdesse o controle do veículo, que colidiu com uma carreta. Um carro que seguia logo atrás também se envolveu na colisão. A gravidade do acidente foi acentuada pelo incêndio que se seguiu, consumindo o ônibus e causando a maioria das mortes.
O agente da Polícia Rodoviária Federal, Fabiano Santana, descreveu a situação como “uma tragédia sem precedentes para a região”. Ele relatou que muitas das vítimas foram resgatadas com queimaduras, incluindo crianças que tentavam salvar seus pais. “Foram momentos de desespero”, afirmou Santana.
A pista da BR-116 permaneceu totalmente interditada durante a manhã deste sábado, sem previsão de liberação, enquanto as autoridades trabalhavam para controlar a situação e investigar as causas do acidente.
As circunstâncias que cercam a remoção dos radares e a tragédia levantam questões sobre a eficácia das medidas de segurança nas estradas brasileiras, especialmente em trechos conhecidos por sua alta taxa de acidentes.
A comunidade local e familiares das vítimas clamam por respostas e por ações que possam evitar que tragédias como essa se repitam no futuro. A falta de sinalização adequada e a remoção de dispositivos de controle de velocidade são temas que devem ser urgentemente discutidos pelas autoridades competentes.
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