Tudo o que se sabe sobre a tragédia que aconteceu em Minas Gerais
Acidente na BR-116 deixou ao menos 38 mortos e mobilizou autoridades em busca de respostas.
Na madrugada do último sábado (21), um trágico acidente na BR-116, próximo a Teófilo Otoni, em Minas Gerais, resultou na morte de pelo menos 38 pessoas, tornando-se uma das maiores tragédias rodoviárias do Brasil nos últimos anos. O incidente envolveu um ônibus da empresa Emtram, uma carreta bitrem e um carro de passeio, e ocorreu por volta das 3h30, no quilômetro 285 da rodovia.
De acordo com informações preliminares, o ônibus, que transportava 45 passageiros e seguia de São Paulo para Vitória da Conquista, na Bahia, perdeu o controle após um bloco de granito se desprender da carreta que o precedia. A colisão foi seguida de um incêndio devastador, que consumiu rapidamente o veículo, resultando em muitas vítimas carbonizadas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e, ao chegar ao local, encontrou uma cena de destruição. A equipe trabalhou incansavelmente para resgatar as vítimas e controlar o incêndio. Infelizmente, 25 corpos foram encontrados carbonizados dentro do ônibus, e o número de mortos pode aumentar, uma vez que ainda há corpos a serem recuperados.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, expressou sua solidariedade às famílias afetadas e determinou a mobilização total das forças de segurança para prestar assistência às vítimas e seus familiares. Em suas redes sociais, Zema afirmou: “Toda minha solidariedade aos familiares e amigos. Estamos trabalhando para que as famílias das vítimas sejam acolhidas para enfrentar de forma mais humanizada possível essa tragédia às vésperas do Natal, uma data tão significativa para todos”.
As causas do acidente ainda estão sendo investigadas. Inicialmente, a hipótese de que um pneu do ônibus teria estourado foi levantada, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) agora investiga a possibilidade de que o bloco de granito, que se soltou da carreta, tenha sido o principal responsável pela perda de controle do ônibus. Testemunhas relataram que o ônibus estava em alta velocidade antes da colisão.
O tenente Alonso Vieira Júnior, do Corpo de Bombeiros, destacou a gravidade da situação: “O ônibus estava lotado. Alguns passageiros conseguiram sair. Porém, a grande maioria, infelizmente, morreu por conta da carbonização”. Ele também mencionou que os esforços de resgate foram intensos, com várias equipes trabalhando no local para controlar o incêndio e retirar as vítimas.
As autoridades de Minas Gerais estão colaborando com o governo de São Paulo para a identificação das vítimas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo enviou equipes para auxiliar na identificação dos corpos, muitos dos quais estavam em estado avançado de carbonização. A identificação será feita por meio de análises de DNA e impressões digitais.
A BR-116 é conhecida por ser uma das rodovias mais perigosas do Brasil, com um histórico de acidentes fatais. Em 2023, a rodovia registrou 559 mortes, sendo 155 delas em Minas Gerais. O acidente recente levanta questões sobre a segurança nas estradas e a necessidade de medidas mais rigorosas para prevenir tragédias semelhantes.
Além do apoio às famílias das vítimas, o governo de Minas Gerais também está avaliando as condições da rodovia e a adequação da carga transportada pelas carretas. A remoção de radares de velocidade na área onde ocorreu o acidente, por questões burocráticas, também está sendo investigada, pois pode ter contribuído para o aumento da velocidade dos veículos.
As equipes de resgate enfrentaram dificuldades devido ao estado dos corpos e à necessidade de equipamentos especiais para acessar áreas do ônibus que estavam danificadas. A PRF informou que a pista ficou totalmente interditada por cerca de seis horas, mas já foi parcialmente liberada para o tráfego.
O acidente em Teófilo Otoni não apenas chocou a comunidade local, mas também gerou uma onda de solidariedade em todo o país. Muitos cidadãos estão se mobilizando para ajudar as famílias das vítimas, oferecendo apoio psicológico e assistência financeira.
As investigações sobre o acidente continuam, e a PRF está coletando depoimentos de testemunhas e analisando as condições da rodovia no momento do acidente. A expectativa é que um relatório detalhado seja apresentado em breve, esclarecendo as causas e responsabilidades envolvidas na tragédia.
Enquanto isso, a dor e o luto continuam a marcar a vida das famílias que perderam entes queridos em um dos acidentes mais mortais da história recente das rodovias brasileiras. O governo e as autoridades locais prometem fazer o possível para garantir que tragédias como essa não se repitam no futuro.
O acidente em Minas Gerais é um lembrete sombrio da fragilidade da vida e da importância de garantir a segurança nas estradas, especialmente em períodos de grande movimentação, como as festas de fim de ano. A sociedade aguarda respostas e ações concretas que possam prevenir novas tragédias.
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