Incêndios na Amazônia aumentam mais de 10% no governo Lula em comparação a Bolsonaro
Dados revelam que focos de incêndio na Amazônia cresceram ao menos 10,5% nos primeiros anos do governo atual em relação ao anterior.
O número de focos de incêndio na Amazônia Legal cresceu ao menos 10,5% nos primeiros dois anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em comparação aos dois primeiros anos da gestão de Jair Bolsonaro. Segundo dados do Deter, sistema de monitoramento por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2019 e 2020, a região registrou pouco mais de 420 mil focos de fogo. No período de 2023 a 2024, que ainda não se encerrou, esse número disparou para mais de 464 mil.
O ano de 2024 já contabiliza 274.481 focos de incêndio, o maior número da série histórica do Deter/INPE. Em 2020, durante o governo Bolsonaro, o Brasil enfrentou um dos piores anos em termos de destruição, com mais de 222 mil focos de incêndio na Amazônia. Em contraste, 2021 apresentou o menor número de incêndios dos últimos cinco anos, totalizando 184 mil.
A situação atual acende um alerta sobre a eficácia das políticas ambientais do governo Lula, que, embora tenha conseguido reduzir o desmatamento nos últimos dois anos, ainda enfrenta dificuldades em controlar o avanço do fogo nos principais biomas do país. A coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar, destacou a necessidade urgente de conciliar a redução do desmatamento com o controle do uso do fogo.
Além disso, a área queimada no Brasil em 2024 chegou a mais de 29 milhões de hectares, quase o dobro em relação ao mesmo período do ano anterior. Quase 60% dessa área queimada está localizada na Amazônia, com o estado do Pará liderando as estatísticas. O aumento significativo da área queimada, especialmente em florestas, evidencia a urgência de ações mais eficazes para o monitoramento e controle de incêndios.
O impacto das queimadas não se limita apenas ao meio ambiente. O fogo afeta a qualidade do solo, a saúde humana e a economia do país, aumentando os custos de produção e comprometendo a segurança alimentar. A combinação de fatores como a pior seca da história do Brasil em 2024 e o aumento drástico das temperaturas contribui para a gravidade da situação.
É essencial que haja um esforço conjunto entre governos e setor privado para um monitoramento contínuo das áreas de risco e uma resposta rápida a incêndios. O Brasil já avançou nesse sentido, mas ainda enfrenta desafios significativos para alcançar resultados efetivos. A responsabilidade pela situação atual não pode ser atribuída exclusivamente ao governo anterior, ao crime organizado ou às mudanças climáticas; todos esses fatores devem ser considerados na busca por soluções.
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