Superávit da balança comercial brasileira cai 25,4% em comparação a 2023
O superávit comercial de US$ 71,42 bilhões em 2024 representa uma queda significativa em relação ao ano anterior, refletindo desafios econômicos.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 71,42 bilhões até a segunda semana de dezembro de 2024, o que representa uma queda de 25,4% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse resultado, divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revela um cenário preocupante para a economia nacional.
O superávit acumulado foi impactado por uma diminuição nas exportações, que totalizaram US$ 323,64 bilhões, uma redução de 1,6% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, as importações aumentaram 8,2%, alcançando US$ 252,22 bilhões. Essa diferença entre exportações e importações acentuou a queda no superávit, evidenciando um desequilíbrio crescente na balança comercial.
Na segunda semana de dezembro, o superávit foi de US$ 1,57 bilhão, resultado de exportações de US$ 11,37 bilhões e importações de US$ 9,80 bilhões. A média diária das exportações caiu 21% em relação ao mesmo mês do ano passado, refletindo uma retração significativa nos setores de agropecuária e indústria extrativa. A agropecuária, por exemplo, viu suas exportações diminuírem em 24,2%, enquanto a indústria extrativa enfrentou uma queda alarmante de 50,2%.
As importações, por outro lado, apresentaram um crescimento de 0,8% na mesma comparação, impulsionadas principalmente pelo aumento das compras no setor agropecuário, que subiram 25,3%. Apesar desse crescimento, a indústria extrativa experimentou uma redução de 23,3% nas importações, enquanto a indústria de transformação teve um leve avanço de 1,1%.
Os desafios enfrentados pelo setor exportador brasileiro são evidentes, especialmente em um contexto de preços internacionais em queda e uma demanda reduzida, particularmente da China. A desaceleração nas exportações é um sinal de alerta para a economia, que já enfrenta dificuldades devido à alta taxa de juros e à desvalorização do real, que, em teoria, deveria beneficiar as exportações.
Além disso, a situação é agravada pela necessidade crescente de insumos e bens intermediários, que têm elevado os custos de produção e, consequentemente, afetado a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. A combinação de todos esses fatores indica que o superávit comercial, que já foi um ponto forte da economia brasileira, está passando por um momento crítico.
Com a continuidade dessa tendência, especialistas alertam que o Brasil poderá enfrentar um cenário econômico desafiador, exigindo medidas eficazes para reverter a situação e restaurar o equilíbrio na balança comercial. A recuperação das exportações e a contenção das importações são essenciais para garantir um futuro econômico mais estável.
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