O Brasil teve um aumento de 4,5% nos casos de HIV em 2023, mas a taxa de mortalidade caiu para 3,9 óbitos, a menor desde 2013.
13 de Dezembro de 2024 às 04h43

Brasil registra aumento de casos de HIV em 2023, mas mortalidade é a menor em dez anos

O Brasil teve um aumento de 4,5% nos casos de HIV em 2023, mas a taxa de mortalidade caiu para 3,9 óbitos, a menor desde 2013.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (12) revelam que o Brasil registrou um aumento de 4,5% no número de casos de HIV em 2023 em comparação ao ano anterior. Apesar desse crescimento, a taxa de mortalidade por aids caiu para 3,9 óbitos por 100 mil habitantes, o que representa o menor índice desde 2013.

No total, foram contabilizados aproximadamente 38 mil novos casos da doença no Brasil no último ano. A Região Norte destacou-se com a maior taxa de detecção, atingindo 26%, seguida pela Região Sul, com 25%. A maioria dos casos foi diagnosticada entre homens, que somam cerca de 27 mil, enquanto a faixa etária mais afetada é de 25 a 29 anos.

As mortes relacionadas à aids totalizaram 10.338 em 2023, um número que representa uma queda significativa em relação aos anos anteriores. Essa redução é atribuída a avanços no tratamento e na prevenção da doença, especialmente com a ampliação da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que é uma estratégia eficaz na prevenção da infecção pelo HIV.

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Conforme o Ministério da Saúde, o aumento no número de casos está diretamente ligado à maior oferta da PrEP. “Uma vez que para iniciar a profilaxia é necessário fazer o teste, mais pessoas com infecção pelo HIV foram detectadas e incluídas imediatamente em terapia antirretroviral. O desafio agora é revincular as pessoas que interromperam o tratamento ou foram abandonadas, muitas delas no último governo, bem como disponibilizar o tratamento para todas as pessoas recém-diagnosticadas para que tenham melhor qualidade de vida”, afirma a nota da pasta.

Em 2023, o Brasil alcançou a marca de 109 mil usuários em tratamento com PrEP, um aumento considerável em relação aos 50,7 mil registrados em 2022. A profilaxia é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e se destaca como uma das principais estratégias para a prevenção da infecção pelo HIV.

O aumento nos diagnósticos também permitiu que o Brasil avançasse em seu compromisso com as Nações Unidas de eliminar a aids como um problema de saúde pública até 2030. Em 2023, 96% das pessoas infectadas por HIV que não sabiam de sua condição foram diagnosticadas, um passo importante para o controle da epidemia.

A meta da ONU estabelece que 95% das pessoas vivendo com HIV devem ser diagnosticadas, 95% delas devem estar em tratamento antirretroviral, e, do grupo em tratamento, 95% devem ter HIV intransmissível. Atualmente, os percentuais brasileiros para esses critérios são de 96%, 82% e 95%, respectivamente, conforme os dados do ministério.

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