Ministério da Saúde do Congo confirma que doença misteriosa é malária grave
Autoridades relatam 592 casos desde 2020, com taxa de mortalidade de 6,2% em surto na RDC.
O Ministério da Saúde da República Democrática do Congo (RDC) anunciou nesta terça-feira que a doença anteriormente desconhecida, que circula na zona de saúde de Panzi, é uma forma grave de malária. A confirmação ocorre após relatos de que a enfermidade teria causado a morte de 143 pessoas na província de Kwango, no sudoeste do país, em novembro deste ano.
O ministério declarou em um comunicado que “o mistério foi finalmente resolvido. Trata-se de um caso de malária grave, manifestando-se como uma doença respiratória e agravada pela desnutrição”. A afirmação foi feita em meio a uma crescente preocupação com a saúde pública na região, onde a malária é uma das principais causas de mortalidade.
Desde outubro de 2020, foram registrados 592 casos da doença, com uma taxa de mortalidade alarmante de 6,2%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também está monitorando a situação e enviou uma equipe para investigar o surto, que já contabiliza ao menos 416 casos e 31 mortes, a maioria entre crianças com menos de 14 anos.
Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, havia mencionado que testes iniciais indicaram a presença de malária, mas não descartou a possibilidade de outras doenças estarem envolvidas. “Das 12 amostras iniciais coletadas, 10 deram positivo para malária, embora seja possível que mais de uma doença esteja envolvida”, afirmou durante uma coletiva de imprensa.
A situação é ainda mais complicada devido ao contexto de desnutrição na região, que apresenta altos índices de insegurança alimentar e baixa cobertura vacinal. O distrito de Panzi, onde o surto foi identificado, é uma área remota com acesso limitado a serviços de saúde, o que agrava a vulnerabilidade da população.
As queixas mais comuns entre os afetados incluem dor de cabeça, tosse, febre, dificuldades respiratórias e anemia. A OMS alertou que as crianças na região estão suscetíveis a uma série de doenças, incluindo malária, pneumonia e sarampo, devido à falta de cuidados médicos adequados.
Além do surto de malária, a RDC enfrenta também um surto de mpox, que levou a OMS a declarar uma emergência de saúde pública de importância internacional em agosto. Neste ano, o país registrou mais de 39 mil casos e mil mortes pela doença, representando a maioria dos casos identificados em todo o continente africano.
A OMS continua a monitorar a situação e a necessidade de uma resposta coordenada entre países e parceiros para enfrentar esses desafios de saúde pública. O diretor-geral da OMS ressaltou a importância de fortalecer os sistemas de saúde na região para prevenir futuros surtos e proteger a população vulnerável.
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