Desabamento da ponte Juscelino Kubitschek gera alerta sobre contaminação das águas na região
23 de Dezembro de 2024 às 16h57

Consumo de água do Rio Tocantins deve ser evitado em 19 cidades após acidente

Desabamento da ponte Juscelino Kubitschek gera alerta sobre contaminação das águas na região

Após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Tocantins e Maranhão, autoridades locais emitiram um alerta para que a população evite o consumo, utilização e banhos nas águas do Rio Tocantins. O incidente, ocorrido no último domingo, 22, resultou na queda de pelo menos dez veículos, incluindo caminhões carregados com substâncias perigosas, como agrotóxicos e ácido sulfúrico.

A recomendação é direcionada especialmente aos moradores de 19 cidades, sendo dez localizadas no Tocantins e nove no Maranhão. No Tocantins, as cidades afetadas incluem Aguiarnópolis, Maurilândia do Tocantins, Tocantinópolis, São Miguel do Tocantins, Praia Norte, Carrasco Bonito, Sampaio, Itaguatins, São Sebastião do Tocantins e Esperantina. Já no Maranhão, o alerta se estende a Estreito, Porto Franco, Campestre, Ribamar Fiquene, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Cidelândia, Vila Nova dos Martirios e São Pedro da Água Branca.

As secretarias estaduais do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins, junto à Defesa Civil e à Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão, destacaram que a situação representa um “alto risco à saúde pública e ao meio ambiente” devido à possibilidade de contaminação das águas. A orientação é clara: os moradores devem evitar qualquer contato direto com a água do rio, incluindo banhos e consumo.

Equipes técnicas dos dois estados estão mobilizadas para monitorar a qualidade da água e os impactos ambientais decorrentes do acidente. As ações incluem a avaliação da situação hídrica, planejamento e execução de medidas para conter a contaminação e a remoção dos veículos submersos.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) já determinou a paralisação temporária dos sistemas de captação, tratamento e produção de água em Imperatriz, que fica a cerca de 120 km de Estreito. A empresa solicitou à população que economize água até que a situação seja normalizada e anunciou que enviará caminhões-pipa para fornecer água em locais públicos, como unidades de saúde e delegacias.

A contaminação das águas também levou à suspensão das buscas por desaparecidos. Até o momento, 16 pessoas estão desaparecidas, uma pessoa faleceu e outra permanece hospitalizada. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão na região para avaliar a qualidade da água e os impactos sobre a fauna e flora locais, incluindo a possível contaminação de peixes.

O Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que foi decretada situação de emergência na região e que o governo federal destinará mais de R$ 100 milhões para a recuperação da ponte e a retirada dos escombros. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estão avaliando a situação e apurando as causas do desabamento.

O ministro afirmou que “temos todas as condições técnicas para a reconstrução e os recursos necessários para garantir a segurança da nova estrutura”. Ele ressaltou que os esforços estão sendo feitos para que os recursos sejam liberados ainda este ano, visando a contratação da obra de reconstrução da ponte dentro do exercício de 2024.

Veja também:

Tópicos: