Buscas por desaparecidos após queda de ponte entre Tocantins e Maranhão completam quatro dias
Equipes de resgate já localizaram seis corpos e continuam a operação no rio Tocantins; risco de contaminação da água foi descartado.
As equipes de resgate, compostas por membros do Corpo de Bombeiros e da Marinha, seguem intensificando as buscas pelas 11 pessoas que permanecem desaparecidas após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Maranhão e Tocantins. O incidente ocorreu no último domingo, 22 de dezembro, e desde então, as operações de mergulho têm sido realizadas no rio Tocantins.
No início das buscas subaquáticas, foram encontrados os corpos de Anísio Padilha Soares, de 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos, elevando o total de mortes confirmadas para seis. Os resgates têm sido desafiadores devido às condições do rio, mas a determinação das equipes é evidente.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), anunciou que um parecer técnico da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) assegurou que não há risco de contaminação da água do rio para consumo. Essa informação foi crucial para a retomada do abastecimento em Imperatriz, a maior cidade da região, que havia sido suspenso após o acidente.
A ponte, que faz parte da BR-226, desabou enquanto diversos veículos a atravessavam, resultando na queda de pelo menos quatro caminhões e outros veículos. Os caminhões transportavam cargas perigosas, incluindo 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas.
As operações de resgate contam com a participação de 29 mergulhadores e o uso de tecnologia avançada, como o SideScan Sonar, que tem sido fundamental para localizar os veículos submersos a cerca de 40 metros de profundidade. Até o momento, três caminhões, três motos e um carro de passeio foram identificados no leito do rio.
O coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, comandante da Polícia Militar do Tocantins, destacou a mobilização de recursos logísticos e humanos para garantir a eficiência das ações de resgate. “Estamos comprometidos em apoiar as comunidades afetadas e colaborar com os órgãos envolvidos para mitigar os impactos desse incidente”, afirmou.
Além das buscas, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para investigar os danos ambientais causados pela queda da ponte. A ANA informou que o acidente resultou no vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico no rio, o que pode afetar até 19 municípios na região.
As autoridades estão monitorando a qualidade da água e orientaram a população a evitar qualquer contato com o rio. A Defesa Civil também emitiu um alerta urgente para as comunidades ribeirinhas, enfatizando a necessidade de precauções devido ao risco de contaminação.
A retirada das substâncias químicas do rio será realizada após a conclusão das buscas pelas vítimas. As equipes técnicas já estão no local, prontas para agir assim que as operações de resgate forem finalizadas.
O caso continua sendo investigado pela Polícia Federal, que busca apurar as responsabilidades pela tragédia e os impactos ambientais decorrentes do colapso da ponte. A situação é monitorada de perto pelas autoridades, que estão comprometidas em garantir a segurança da população e a preservação do meio ambiente.
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