Operações de resgate foram interrompidas após detecção de movimentação na estrutura da ponte Juscelino Kubitschek.
27 de Dezembro de 2024 às 18h09

Buscas por vítimas da queda da ponte entre Tocantins e Maranhão são suspensas por risco de desabamento

Operações de resgate foram interrompidas após detecção de movimentação na estrutura da ponte Juscelino Kubitschek.

Nesta sexta-feira (27), as operações de busca pelas vítimas da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga Tocantins ao Maranhão, foram parcialmente suspensas devido ao risco de novos desabamentos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que foram identificados deslocamentos na estrutura, o que torna inseguro o trabalho nas proximidades dos pilares da ponte.

O Almirante Coelho Rangel, coordenador das operações de busca e resgate e Chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval da Marinha, destacou que a suspensão das atividades ocorreu na área próxima aos pilares. “As equipes continuarão a busca em locais afastados, utilizando lanchas e jet skis, além de operações terrestres ao longo do leito do rio”, afirmou.

Para garantir a segurança dos mergulhadores, foi instalada uma câmara hiperbárica, trazida do Rio de Janeiro pela Força Aérea Brasileira (FAB). Este equipamento é essencial para a realização de mergulhos em águas profundas, onde o risco de doenças descompressivas é elevado. “Esse equipamento permitirá que os mergulhadores permaneçam submersos por mais tempo, aumentando as chances de localizar as vítimas”, explicou o almirante.

Até o momento, foram identificadas 18 vítimas do desastre, das quais nove foram confirmadas como mortas. A profundidade do rio Tocantins, que chega a 48 metros, tem dificultado as operações de resgate, especialmente com a presença de corpos submersos que ainda não puderam ser retirados devido às condições inseguras.

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O Dnit informou que, entre novembro de 2021 e novembro de 2023, foram realizados serviços de manutenção na ponte, totalizando R$ 3,5 milhões. No entanto, um edital de R$ 13 milhões para obras de reabilitação lançado em maio de 2024 não atraiu empresas interessadas. O Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que a reconstrução da ponte será feita em até um ano, com investimentos entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.

O desabamento da ponte ocorreu no domingo (22), quando quatro caminhões caíram na água, incluindo dois que transportavam ácido sulfúrico. Imagens do momento do colapso foram registradas por moradores e um vereador que estava no local para documentar as condições precárias da estrutura. A Polícia Federal e o Dnit abriram investigações para apurar as responsabilidades pelo acidente.

Enquanto as buscas permanecem suspensas, balsas estão sendo utilizadas para manter a ligação entre os estados, e rotas alternativas foram indicadas para o transporte de cargas. A situação de emergência decretada facilitará os trâmites necessários para a demolição da estrutura comprometida e a futura reconstrução.

As operações de identificação das vítimas estão sendo coordenadas pela Secretaria de Segurança Pública, que também monitora o impacto ambiental causado pelo vazamento de ácido sulfúrico no rio. A expectativa é que as buscas sejam retomadas assim que as condições de segurança forem restabelecidas.

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