Buscas por vítimas da queda da ponte entre Tocantins e Maranhão são suspensas por risco de desabamento
Operações de resgate foram interrompidas após detecção de movimentação na estrutura da ponte Juscelino Kubitschek.
Nesta sexta-feira (27), as operações de busca pelas vítimas da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga Tocantins ao Maranhão, foram parcialmente suspensas devido ao risco de novos desabamentos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que foram identificados deslocamentos na estrutura, o que torna inseguro o trabalho nas proximidades dos pilares da ponte.
O Almirante Coelho Rangel, coordenador das operações de busca e resgate e Chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval da Marinha, destacou que a suspensão das atividades ocorreu na área próxima aos pilares. “As equipes continuarão a busca em locais afastados, utilizando lanchas e jet skis, além de operações terrestres ao longo do leito do rio”, afirmou.
Para garantir a segurança dos mergulhadores, foi instalada uma câmara hiperbárica, trazida do Rio de Janeiro pela Força Aérea Brasileira (FAB). Este equipamento é essencial para a realização de mergulhos em águas profundas, onde o risco de doenças descompressivas é elevado. “Esse equipamento permitirá que os mergulhadores permaneçam submersos por mais tempo, aumentando as chances de localizar as vítimas”, explicou o almirante.
Até o momento, foram identificadas 18 vítimas do desastre, das quais nove foram confirmadas como mortas. A profundidade do rio Tocantins, que chega a 48 metros, tem dificultado as operações de resgate, especialmente com a presença de corpos submersos que ainda não puderam ser retirados devido às condições inseguras.
O Dnit informou que, entre novembro de 2021 e novembro de 2023, foram realizados serviços de manutenção na ponte, totalizando R$ 3,5 milhões. No entanto, um edital de R$ 13 milhões para obras de reabilitação lançado em maio de 2024 não atraiu empresas interessadas. O Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que a reconstrução da ponte será feita em até um ano, com investimentos entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.
O desabamento da ponte ocorreu no domingo (22), quando quatro caminhões caíram na água, incluindo dois que transportavam ácido sulfúrico. Imagens do momento do colapso foram registradas por moradores e um vereador que estava no local para documentar as condições precárias da estrutura. A Polícia Federal e o Dnit abriram investigações para apurar as responsabilidades pelo acidente.
Enquanto as buscas permanecem suspensas, balsas estão sendo utilizadas para manter a ligação entre os estados, e rotas alternativas foram indicadas para o transporte de cargas. A situação de emergência decretada facilitará os trâmites necessários para a demolição da estrutura comprometida e a futura reconstrução.
As operações de identificação das vítimas estão sendo coordenadas pela Secretaria de Segurança Pública, que também monitora o impacto ambiental causado pelo vazamento de ácido sulfúrico no rio. A expectativa é que as buscas sejam retomadas assim que as condições de segurança forem restabelecidas.
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