Washington Quaquá, vice-presidente do PT, apoia Mário Canella, prefeito eleito de Belford Roxo, alinhado ao bolsonarismo.
26 de Dezembro de 2024 às 09h55

Vice do PT se aproxima de bolsonarista e promete levá-lo a Lula para investimentos

Washington Quaquá, vice-presidente do PT, apoia Mário Canella, prefeito eleito de Belford Roxo, alinhado ao bolsonarismo.

O clima político no Rio de Janeiro ganhou novos contornos após uma recente reunião entre Washington Quaquá, vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e prefeito eleito de Maricá, e Mário Canella, o novo prefeito de Belford Roxo, que se alinha ao bolsonarismo. Durante o encontro, registrado em vídeo e divulgado nas redes sociais, Quaquá expressou seu apoio a Canella e prometeu apresentá-lo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Estou com o Canella, que é meu amigo há muito tempo, e vou levá-lo ao presidente Lula, para que o Lula possa fazer investimentos maiores na Baixada, através do Canella. O PT tem que estar com esse irmão aqui, e ele com a gente. Tamo junto”, afirmou Quaquá, destacando a importância da união entre os dois para o desenvolvimento da região.

Canella, por sua vez, retribuiu os elogios e chamou Quaquá de “líder político nacional” e “trabalhador”, evidenciando a reciprocidade entre os dois políticos. Essa aproximação, no entanto, não é vista com bons olhos por Waguinho Carneiro, atual prefeito de Belford Roxo e um dos principais aliados de Lula na Baixada Fluminense.

Waguinho, que está em seu segundo mandato, viu seu candidato, Matheus, seu sobrinho, ser derrotado por Canella nas últimas eleições municipais. O atual prefeito sempre esteve ao lado de Lula, especialmente durante a campanha de 2022, quando foi um dos poucos apoiadores do petista na região. Como resultado desse apoio, Lula nomeou a esposa de Waguinho, Daniela Carneiro, para o Ministério do Turismo.

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No entanto, Daniela deixou o cargo após Waguinho se desfiliar do União Brasil, partido que controlava a pasta. O ministério foi então ocupado pelo deputado federal Celso Sabino. Apesar da saída do governo, Lula continua a fazer referências positivas ao casal, lembrando-se da coragem que tiveram ao apoiar sua candidatura em um momento delicado.

“Em um momento muito difícil, da campanha de 2022, Waguinho tinha convite para apoiar outros candidatos, e ele e a primeira-dama tiveram a coragem de assumir a minha candidatura, mesmo sendo ameaçados. Obrigado Waguinho e minha Dani, pela decência”, disse Lula em um evento em setembro deste ano.

A relação entre Waguinho e Canella, que já foi vice do atual prefeito, se deteriorou ao longo do tempo. Em 2016, quando Waguinho foi eleito pela primeira vez, Canella era seu vice. A parceria se manteve até 2022, quando ambos foram eleitos os deputados mais votados do estado, mas o rompimento começou a se desenhar quando Waguinho decidiu apoiar Lula no segundo turno, enquanto Canella optou por Jair Bolsonaro.

O desentendimento se acentuou quando Waguinho vetou a indicação de Canella para a vice do governador Cláudio Castro, que buscava a reeleição. Em março do ano passado, Waguinho comunicou a Canella que não o apoiaria como sucessor, optando por Matheus, seu secretário municipal de Gestão e Inovação. O rompimento foi marcado por uma saída conturbada de Waguinho do União Brasil para assumir o diretório fluminense do Republicanos.

Com a nova aliança entre Quaquá e Canella, o cenário político na Baixada Fluminense se torna ainda mais complexo, refletindo as tensões e as mudanças nas relações de poder entre os aliados e os adversários políticos na região.

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