Investigação aponta que Damária Jácome e sua irmã, Leidiane, teriam planejado o crime com a ajuda de um pastor.
29 de Dezembro de 2024 às 07h41

Vice-prefeita e pastor são suspeitos de orquestrar assassinato de prefeito no RN

Investigação aponta que Damária Jácome e sua irmã, Leidiane, teriam planejado o crime com a ajuda de um pastor.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte investiga o assassinato do prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, de 38 anos, e de seu pai, Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, ocorridos em 27 de agosto de 2024. As autoridades afirmam que o crime foi orquestrado pela vice-prefeita afastada, Damária Jácome (Republicanos), e por sua irmã, Leidiane Jácome, que é vereadora. Ambas estão foragidas após terem suas prisões decretadas.

Segundo as investigações, um pastor de 27 anos, ligado a uma igreja evangélica local, foi preso e apontado como um dos mandantes do duplo homicídio. A operação, denominada “Operação Profanos”, resultou na execução de seis mandados de prisão e seis de busca e apreensão nas cidades de João Dias, Patu e Marcelino Vieira.

O delegado Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia Civil do Oeste, explicou que a rixa entre o prefeito e a vice-prefeita começou logo após a posse de Marcelo em 2021, quando ele renunciou ao cargo alegando ameaças. Um ano depois, ele conseguiu retornar ao posto por meio de uma decisão judicial, o que intensificou a disputa política entre eles.

Em 2022, Marcelo já havia sido alvo de uma tentativa de assassinato, o que gerou um clima de tensão entre as famílias envolvidas. Após o retorno de Marcelo ao cargo, irmãos de Damária e Leidiane foram mortos em confrontos com a polícia, levando a família a acusar o prefeito de entregar informações sobre suas localizações.

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O crime que resultou na morte de Marcelo e seu pai ocorreu enquanto eles cumpriam compromissos de campanha. O pastor, que ajudou na logística do crime, teria informado sobre o local e o momento mais adequado para a execução do plano. Inicialmente, a ideia era cometer o assassinato durante um culto, mas essa estratégia foi abandonada.

Marcelo Oliveira, conhecido como Francisco Damião de Oliveira, era um político ativo e candidato à reeleição. Ele governava uma cidade de aproximadamente 2.000 habitantes, localizada próxima à divisa com a Paraíba. O prefeito e seu pai foram alvejados a tiros e, apesar de terem sido socorridos, Marcelo não resistiu aos ferimentos e teve sua morte confirmada no hospital da cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba.

A morte de Marcelo causou comoção em todo o estado. A governadora Fátima Bezerra (PT) se comprometeu a investigar o caso com rigor, garantindo que a polícia agiria para identificar e prender os responsáveis pelo crime.

As investigações continuam em busca de localizar Damária e Leidiane, que permanecem foragidas. A operação “Profanos” foi nomeada em alusão a atos que violam princípios sagrados, refletindo a gravidade das acusações contra os envolvidos.

A violência política no Brasil tem aumentado, e o caso de Marcelo Oliveira é um exemplo trágico desse fenômeno. Em 2024, o país registrou um número alarmante de assassinatos políticos, com uma média de dois casos por dia, segundo dados de organizações de direitos humanos.

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