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Setor público brasileiro registra déficit primário de R$ 6,6 bilhões em novembro
Resultado é uma queda significativa em relação ao déficit de R$ 37,3 bilhões do mesmo mês do ano passado
O setor público consolidado do Brasil, que inclui a União, estados, municípios e estatais, apresentou um déficit primário de R$ 6,620 bilhões em novembro, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira. Este resultado representa uma redução de 82% em comparação ao déficit de R$ 37,3 bilhões registrado no mesmo mês de 2023.
O resultado de novembro é o melhor para o mês desde 2021, quando o país alcançou um superávit primário de R$ 15,034 bilhões. A série histórica do Banco Central, que se inicia em 2001, mostra que o desempenho deste ano foi notável, especialmente considerando o déficit de R$ 37,3 bilhões em novembro do ano passado.
Os dados do setor público consolidado levam em conta os resultados fiscais da União, estados, municípios e empresas estatais, excluindo o setor financeiro e a Petrobras. O déficit de novembro foi impactado pelo rombo de R$ 5,681 bilhões do governo federal e R$ 1,343 bilhão das estatais, enquanto estados e municípios apresentaram um superávit de R$ 405 milhões.
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O resultado primário é um indicador que reflete a diferença entre as receitas e despesas do governo, desconsiderando o pagamento de juros da dívida. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor público consolidado acumulou um déficit de R$ 192,9 bilhões, o que equivale a 1,65% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Os gastos com juros da dívida pública também apresentaram um aumento significativo. Em novembro, esses gastos totalizaram R$ 92,5 bilhões, um crescimento de 112,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando os gastos foram de R$ 43,6 bilhões. Este aumento é atribuído à taxa Selic, que permanece em níveis elevados desde fevereiro de 2022.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui os gastos com juros, foi de um déficit de R$ 99,1 bilhões em novembro. No acumulado de 12 meses até novembro, os gastos com juros da dívida totalizaram R$ 918,2 bilhões, resultando em um déficit nominal de R$ 1,111 trilhões, equivalente a 9,50% do PIB.
As autoridades monetárias continuam a monitorar a situação fiscal do país, especialmente em um cenário de juros altos e desafios econômicos. O Banco Central, por meio de suas análises, busca fornecer informações precisas sobre a saúde financeira do setor público e suas implicações para a economia brasileira.
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