EUA formalizam repatriação de esmeralda de R$ 6 bilhões encontrada na Bahia

Os Estados Unidos formalizaram a repatriação de uma esmeralda brasileira, avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões, que foi encontrada em 2001 na cidade de Pindobaçu, na Bahia. A decisão judicial, que já havia sido anunciada em novembro de 2024, reconheceu que a pedra preciosa foi extraída de forma ilegal do Brasil e contrabandeada para o território americano.

A esmeralda, conhecida como “Esmeralda Bahia”, pesa cerca de 380 kg, o que a torna uma das maiores já encontradas no mundo. O juiz Reggie Walton, da Corte Distrital de Columbia, concordou com a determinação do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que havia solicitado a devolução da gema ao Brasil.

O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, destacou a importância da esmeralda, afirmando que “mais do que um bem patrimonial, a Esmeralda Bahia é um bem cultural brasileiro, que será incorporado ao nosso Museu Nacional, no Rio de Janeiro”. No entanto, ainda não há informações precisas sobre a data de chegada da pedra ao Brasil.

A história da esmeralda remonta a 2001, quando foi extraída sem autorização em Pindobaçu, uma cidade conhecida como a “capital das esmeraldas”. A pedra foi vendida por um garimpeiro por R$ 45 mil e, em 2005, foi levada para os Estados Unidos com documentação falsificada.

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Em 2017, a juíza Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, da 9ª Vara da Justiça Federal em Campinas (SP), condenou os responsáveis pela exportação ilegal da esmeralda, determinando que a pedra deveria ser devolvida ao Brasil. Desde então, a AGU tem colaborado com as autoridades americanas para assegurar que a decisão judicial seja cumprida.

Atualmente, a esmeralda está sob custódia da Polícia de Los Angeles, na Califórnia, e sua repatriação ainda pode ser contestada por outras partes envolvidas no processo, o que pode atrasar a execução da decisão. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos protocolou o cumprimento da decisão dentro do prazo estipulado, mas o despacho foi divulgado apenas recentemente.

A trajetória da esmeralda é marcada por eventos significativos, incluindo sua perda durante o furacão Katrina em 2005, quando desapareceu de um depósito em Nova Orleans. Mergulhadores que atuavam na recuperação de destroços encontraram a pedra em um cofre submerso.

Após ser rastreada até um cofre em Las Vegas, a esmeralda ficou sob custódia das autoridades americanas, uma vez que ninguém conseguiu comprovar a posse legítima da gema. A condenação dos responsáveis pela sua exportação ilegal abriu caminho para que o governo brasileiro buscasse a Justiça americana, resultando na decisão favorável à repatriação.

Com o tempo, a “Esmeralda Bahia” se tornou um símbolo de patrimônio cultural brasileiro, e seu valor estimado pelas autoridades aumentou. Lendas sobre uma suposta maldição envolvendo a pedra também surgiram, dada a dificuldade de sua posse por uma única pessoa ao longo dos anos.