Investigação revela que Shamsud-Din Bahar Jabbar, de 42 anos, orquestrou o ataque que deixou 14 mortos.
03 de Janeiro de 2025 às 09h53

FBI confirma que motorista agiu sozinho em ataque terrorista em Nova Orleans

Investigação revela que Shamsud-Din Bahar Jabbar, de 42 anos, orquestrou o ataque que deixou 14 mortos.

O FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, 2, que o ataque ocorrido em Nova Orleans foi perpetrado exclusivamente por Shamsud-Din Bahar Jabbar, de 42 anos, caracterizando-se como um "ato de terrorismo". O incidente, que aconteceu na noite de Ano Novo, resultou na morte de 14 pessoas, além do próprio Jabbar, que foi abatido pelas autoridades logo após o ataque.

De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, o motorista havia publicado vídeos em suas redes sociais horas antes do ataque, nos quais expressava sua inspiração no Estado Islâmico e manifestava o desejo de causar danos a civis. Antes do atropelamento, Jabbar havia colocado duas bombas caseiras nas ruas do Bairro Francês, uma área conhecida por sua vida noturna vibrante.

“Obtivemos imagens de câmeras de vigilância que mostram Jabbar colocando os artefatos explosivos nos locais onde foram encontrados, na Bourbon Street e em uma rua adjacente”, declarou o agente Christopher Raia durante uma coletiva de imprensa. No veículo de Jabbar foram descobertos uma bandeira do Estado Islâmico, armas e explosivos improvisados.

Suspeitas de ligação com explosão em Las Vegas

Inicialmente, havia especulações de que o ataque em Nova Orleans poderia estar relacionado a uma explosão de um carro elétrico da Tesla em Las Vegas, que ocorreu algumas horas depois. O motorista do Tesla, Matthew Livelsberger, um veterano militar, também perdeu a vida no incidente. Investigações preliminares indicaram que ambos os motoristas poderiam ter servido na mesma base militar, Fort Liberty, na Carolina do Sul, mas essa informação foi posteriormente negada pelo Exército. Além disso, ambos os veículos foram alugados através do mesmo aplicativo, o Turo, o que aumentou as suspeitas.

Entretanto, essa hipótese foi descartada. Livelsberger era natural do Colorado, enquanto Jabbar residia no Texas. Após o incêndio do Tesla, os investigadores encontraram no veículo gasolina, botijões de gás para camping e uma quantidade significativa de fogos de artifício.

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O CEO da Tesla, Elon Musk, comentou que “a explosão foi causada por fogos de artifício ou por uma bomba que estava no carro, mas garantiu que o veículo estava em perfeito funcionamento”.

O xerife Kevin McMahill, do Departamento de Polícia de Las Vegas, revelou que Livelsberger foi encontrado com um tiro na cabeça, que se acredita ter sido autoinfligido. O militar estava portando duas armas de fogo sem registro, e seu corpo foi queimado de forma irreconhecível, conforme as autoridades.

McMahill também destacou que Musk colaborou com a investigação ao desbloquear os dados do veículo e fornecer um vídeo do motorista em estações de carregamento ao longo de sua viagem de 1,3 mil quilômetros, que começou em Colorado Springs e terminou em Las Vegas.

Questões políticas em pauta

Embora não tenha estabelecido uma conexão direta entre os dois casos, McMahill enfatizou a necessidade de uma investigação minuciosa sobre a explosão em Las Vegas, especialmente devido às implicações políticas que cercam o incidente. “É um carro da Tesla. Sabemos que Elon Musk tem relações com o presidente eleito Trump, e o incidente ocorreu em frente à Trump Tower. Portanto, há preocupações que precisam ser abordadas”, afirmou.

Planos de ataque e ideologia extremista

Em vídeos gravados por Shamsud Jabbar, o motorista do ataque em Nova Orleans, ele menciona planos de matar sua própria família e expressa suas motivações para se unir ao Estado Islâmico, prevendo uma adesão à organização na metade de 2024. Jabbar afirma ter mudado de ideia, desejando que a mensagem de sua ação se concentrasse na guerra entre fiéis e infiéis, de acordo com os conteúdos dos vídeos.

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