Apesar das saídas expressivas, dezembro trouxe um aporte de R$ 1,7 bilhão, refletindo um cenário misto para o mercado.
03 de Janeiro de 2025 às 12h50

Retirada de R$ 32,1 bilhões por investidores estrangeiros marca 2024 na B3

Apesar das saídas expressivas, dezembro trouxe um aporte de R$ 1,7 bilhão, refletindo um cenário misto para o mercado.

No ano de 2024, os investidores estrangeiros realizaram retiradas significativas de R$ 32,1 bilhões do mercado de ações da B3, o que representa a maior saída de capital desde 2020, ano em que a pandemia impactou fortemente os mercados financeiros. Este dado foi obtido a partir de um levantamento elaborado com dados da própria B3.

A aversão ao risco, impulsionada por preocupações relacionadas às contas públicas do Brasil, foi um dos principais fatores que contribuíram para essa debandada de capital externo. Além disso, a valorização do dólar, que ultrapassou a marca de R$ 6 pela primeira vez na história, e o aumento da taxa Selic, também influenciaram negativamente a confiança dos investidores.

Apesar desse cenário desafiador, o mês de dezembro apresentou um resultado positivo, com os investidores estrangeiros aportando R$ 1,7 bilhão, superando as retiradas. Este saldo positivo foi resultado de um fluxo de compras que totalizou R$ 318,321 bilhões, em contraste com vendas que somaram R$ 316,617 bilhões.

Em 2024, o fluxo de capital externo na B3 ficou negativo em R$ 32,108 bilhões, refletindo um ano marcado por mais saídas do que entradas. No entanto, o mês de dezembro se destacou, com um superávit que trouxe um alívio ao mercado, após um ano de perdas.

O índice Ibovespa, que é um dos principais indicadores do desempenho da bolsa brasileira, fechou a última sessão do ano, em 30 de dezembro, com uma leve alta de 0,01%, alcançando 120.283,40 pontos. Contudo, ao longo do ano, o índice apresentou uma desvalorização de 10,36%, evidenciando a volatilidade do mercado.

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Os investidores institucionais, por sua vez, também enfrentaram um ano difícil, com retiradas líquidas de R$ 8,968 bilhões em dezembro, totalizando R$ 37,533 bilhões ao longo de 2024. Esse movimento foi resultado de R$ 137,024 bilhões em compras e R$ 145,992 bilhões em vendas.

Por outro lado, os investidores individuais se destacaram como o único grupo a registrar um superávit significativo, com um aporte de R$ 30,788 bilhões no ano. Em dezembro, essa categoria também teve um saldo positivo, com entradas de R$ 3,462 bilhões, resultado de compras que totalizaram R$ 62,711 bilhões e vendas de R$ 59,249 bilhões.

As instituições financeiras contribuíram com um aporte de R$ 27,531 milhões na última sessão do ano. No acumulado de dezembro, o saldo líquido foi de R$ 760,754 milhões, com compras de R$ 19,842 bilhões e vendas de R$ 19,081 bilhões. Ao longo de 2024, as financeiras aportaram R$ 13,242 bilhões.

Além disso, a categoria de outros investidores também apresentou um desempenho positivo, com entradas de R$ 157,119 milhões em 30 de dezembro. No mês, essa categoria registrou um aporte de R$ 3,041 bilhões, refletindo R$ 5,316 bilhões em compras e R$ 2,275 bilhões em vendas, resultando em um fluxo positivo de R$ 25,972 bilhões ao longo do ano.

O cenário para 2025 permanece incerto, com os investidores atentos às movimentações do mercado e às condições econômicas do país, que podem influenciar a confiança e as decisões de investimento.

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