Rússia promete retaliação após disparos de mísseis americanos pela Ucrânia
Após a Ucrânia disparar mísseis ATACMS, Rússia anuncia medidas de retaliação contra Kiev e seus aliados.
No último sábado (4), a Rússia anunciou que tomará medidas de retaliação contra a Ucrânia, após a alegação de que o país disparou mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, em direção à região de Belgorod, na fronteira russa. O Ministério da Defesa da Rússia classificou essa ação como uma linha vermelha no conflito, prometendo uma resposta contundente.
“Essas ações do regime de Kiev, que é apoiado por seus aliados ocidentais, serão retaliadas”, afirmou o exército russo em um comunicado oficial. A declaração reflete a crescente tensão entre os dois países, que se intensificou nas últimas semanas.
O presidente russo, Vladimir Putin, já havia ameaçado atacar o centro da capital ucraniana, Kiev, em resposta a ações ucranianas que envolvessem o uso de mísseis de longo alcance, como os ATACMS ou os Storm Shadows britânicos. Contudo, até o momento, essas ameaças não se concretizaram.
Na mesma ocasião, o exército russo informou que conseguiu interceptar oito mísseis ATACMS que tinham como alvo a região de Belgorod, além de 72 drones que também foram lançados durante o ataque. No entanto, não foram fornecidos detalhes sobre possíveis vítimas ou danos materiais resultantes do ataque ucraniano.
Em novembro do ano passado, a administração do então presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou o uso dos mísseis ATACMS pela Ucrânia, após um longo período de hesitação. Essa decisão foi motivada, em parte, pela percepção de que a Rússia estava expandindo suas operações militares, incluindo o envio de tropas norte-coreanas para apoiar suas ações.
Desde a autorização, a Ucrânia tem realizado uma série de ataques utilizando esses mísseis de longo alcance, o que intensificou a retórica beligerante de Moscou. Em resposta, a Rússia introduziu o mísseis hipersônico Oreshnik, prometendo uma resposta a cada ataque ucraniano que envolvesse armamentos de fabricação ocidental.
Além disso, a Rússia também relatou que, em um ataque de drones ucranianos, duas pessoas ficaram feridas na cidade de Chebekino, enquanto um ataque em Gorlivka, na região leste da Ucrânia, deixou pelo menos dez feridos, segundo autoridades locais.
O clima de tensão se intensificou ainda mais com a prisão de quatro menores em Ecaterimburgo, suspeitos de planejarem um ataque a bomba em locais públicos. Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, as autoridades russas têm frequentemente anunciado a prisão de indivíduos acusados de colaborar com a Ucrânia.
Os julgamentos por crimes como traição, terrorismo e espionagem têm se multiplicado na Rússia, resultando em penas severas para aqueles que se opõem ao governo ou ao conflito na Ucrânia. Milhares de pessoas foram punidas ou ameaçadas por suas opiniões contrárias à guerra.
O cenário atual reflete a complexidade e a gravidade do conflito, que já dura mais de dois anos e continua a impactar a segurança e a estabilidade na região. A escalada das hostilidades entre Rússia e Ucrânia levanta preocupações sobre um possível agravamento da situação, com repercussões que podem se estender além das fronteiras dos dois países.
Veja também: