Após alegar ter abatido oito mísseis de fabricação americana, Rússia ameaça represálias contra o regime de Kiev.
05 de Janeiro de 2025 às 12h23

Rússia promete retaliação após derrubar mísseis ATACMS disparados pela Ucrânia

Após alegar ter abatido oito mísseis de fabricação americana, Rússia ameaça represálias contra o regime de Kiev.

A Rússia anunciou neste sábado (4) que retaliará a Ucrânia após afirmar ter derrubado oito mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, que foram disparados pelas forças ucranianas. O Ministério da Defesa russo considera o uso desses mísseis, que têm um alcance de até 300 quilômetros, uma escalada significativa no conflito.

De acordo com a declaração oficial, além dos mísseis, 72 veículos aéreos não tripulados (VANTs) também foram abatidos. A nota destaca que “essas ações do regime de Kiev, apoiadas por seus guardiões ocidentais, serão alvo de represálias”.

Nos últimos dias, o presidente russo, Vladimir Putin, havia ameaçado atacar a capital ucraniana, Kiev, como resposta ao uso dos mísseis ATACMS e dos Storm Shadow, fornecidos pelo Reino Unido. Apesar das ameaças, até o momento, não houve a concretização de tais retaliações.

O governo dos Estados Unidos, liderado por Joe Biden, autorizou o uso dos mísseis ATACMS por Kiev em novembro, justificando a decisão como uma resposta à ampliação do conflito pela Rússia, que teria enviado tropas norte-coreanas para apoiar suas operações. Desde então, a Ucrânia tem realizado diversos ataques utilizando esses mísseis de longo alcance.

Putin, em resposta a esses ataques, anunciou a possibilidade de utilizar um novo míssil balístico com capacidade nuclear, denominado “Oreshnik”. O presidente russo sugeriu que esse armamento poderia ser disparado contra Kiev para testar os sistemas de defesa aérea fornecidos pelos ocidentais.

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Um oficial de segurança ucraniano, Andrii Kovalenko, confirmou que um porto na região de Leningrado foi alvo de um ataque ucraniano, descrevendo-o como “um instrumento de sobrevivência econômica e militar para a Rússia em isolamento”.

Além disso, a Rússia lançou 81 drones sobre a Ucrânia na noite de sexta-feira (3) para sábado (4). Dentre esses, 34 drones do modelo Shahed, de fabricação iraniana, foram abatidos, segundo o Comando da Força Aérea da Ucrânia. Apesar disso, os drones derrubados causaram danos nas regiões de Chernihiv e Sumy.

A Ucrânia inicia o ano de 2024 em uma posição desfavorável no conflito, que se intensificou desde fevereiro de 2022. As forças russas conseguiram tomar o controle da vila de Nadiya, localizada na região de Luhansk, enquanto em Donetsk, as tropas ucranianas enfrentam crescente pressão.

O Estado-Maior russo afirmou que suas tropas conquistaram cerca de 4.500 quilômetros quadrados em 2024, embora o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) tenha contestado esses números, alegando que a Rússia ainda precisa conquistar aproximadamente 8.000 quilômetros quadrados para controlar toda a região de Donetsk.

Enquanto isso, a Ucrânia se preocupa com a possibilidade de que a nova administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, possa cortar a ajuda militar vital, uma vez que Trump já se manifestou contra o uso dos mísseis ATACMS pela Ucrânia, afirmando que isso poderia agravar ainda mais o conflito.

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